Angel Olsen de regresso ao Porto
Ainda tínhamos a imagem de Angel Olsen vestida de verde, no palco principal do NOS Primavera Sound, de 2017. Sabendo que o concerto de ontem iria ser muito mais intimista e pessoal, no Hard Club, no Porto, o coração teve de aguentar com muito mais!
Uma sala esgotadíssima, e uma noite sem chuva – trouxe muita gente à bela invicta, ver a bela da Angel.
O feedback do concerto em Lisboa, no Capitólio não podia ter sido melhor, e a ansiedade de vê-la mais uma vez, ia aumentando a passos largos.

A cantora e compositora Norte-Americana sobe ao palco minutos depois das 22h30, já com algum fervor da parte do público. O novo disco apresentado, “All Mirrors”, tem sons bem mais fantasiados do que os lançamentos anteriores, o que nos permitiu mergulhar numa onda de sonoridades etéreas, fantasmagóricas, e diríamos um pouco sombrias até.
Angel é muito acarinhada pelos portugueses, e isso nota-se a olhos vistos. A devoção foi muita – das duas partes, e percebemos que a noite está ganha logo após a apresentação do tema de abertura “All Mirrors”.

O álbum homónimo foi lançado em Outubro de 2019, mas a frescura ainda está no ponto. Dizem que este lançamento foi uma reinvenção da artista, que apresentou uma enorme versatilidade, alternando entre performances mais sombrias, para temas mais antigos, soltando bem as cordas e as rédeas da guitarra que quase nunca abandonou.
Depois de 6 temas deste último álbum, a própria recitou que era tempo para uns temas mais antigos! Sem medo de recomeçar as canções à nossa frente, ajustar acordes com a banda, e ainda dizer que “They are not even real! We are!”, estávamos todos mais do que à vontadinha!

O violino e violoncelo sem dúvida que trazem outro “peso” ao concerto. Bastante enriquecedores do momento, contribuíram ainda mais para os tons acinzentados, negros, pesados, que Angel queria transmitir.
Este espectáculo foi marcado por constantes momentos altos, mas a explosividade e energia de “Shut Up, Kiss Me” – fica sempre bem guardado na nossa memória!
Para quem conhece “All Mirrors”, sabe que destoa um pouco da discografia da cantautora. Não sabíamos era que este blend de álbuns e temas, ia correr tão bem, como nesta última noite.
Um anjo, esta Angel.
