O mundo gira ao ritmo de vários sons.
Sons de várias origens e, quer se goste ou não, inerentes à cultura e história dos povos.
Dizem que somos fado e, de facto, ninguém o sente como nós. Também somos folclore e voz esganiçada. Mas somos também rock e indie e pop ou nem por isso?
Somos capazes de o fazer mas somos capazes de o ser?
Ao ouvir e assistir a concertos de bandas ou artistas britânicos é evidente a naturalidade com que a brit pop se manifesta explicita ou implicitamente. Sem esforço há uma sonoridade facilmente reconhecível que transparece a sua identidade.
Sem descurar as influencias de cada banda há algo de intrínseco que parece acompanhá-las.
Nem tudo o que é americano é grunge, nem tudo o que é britânico é pop, nem tudo o que é português é fado mas será que por muitas voltas que se dê não estarão sempre lá?
O dedilhar de uma guitarra produzirá sempre o mesmo efeito?
E a língua? A nudez da língua portuguesa pode funcionar como amarra ou como compromisso. Não é leve e solta como o inglês. Isso permite-nos estar na mesma frente de corrida que todos os outros?
Abraçamos o que somos e fazemos isso melhor que ninguém ou ficamos sempre pelo wannabe internacional?