Sintoniza-te em AM
Era com grande expectativa que se aguardava o quinto álbum dos britânicos Arctic Monkeys.
A agitar as playlists desde 2006 com o seu trabalho de estreia, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, a banda de Sheffield começou desde cedo a marcar pontos juntando-se à alta roda de músicos internacionais. 2007 trouxe-nos Favourite Worst Nightmare e êxitos como Brianstorm e Fluorescent Adolescent em ritmo dançavel e a inconfundível balada 505. Num tom mais denso surge Humbug em 2009, início da colaboração de Josh Homme, dos Queens of the Stone Age. Crying Lightning é dessa sonoridade um bom exemplo. Suck it and See acentua a veia criativa de Alex Turner, cuja evolução ao longo dos anos é evidente. Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair e Brick by Brick são dignos representantes do álbum.
Para AM, lançado neste mês de Setembro, foram sendo desvendados vários singles para aguçar a curiosidade. O percurso consistente da banda fazia crescer, e muito, as expectativas. E não foram goradas com o primeiro single, Do I Wanna Know? Provavelmente o mais forte do álbum, a par de R U Mine? Aqui encontramos a sonoridade dos Monkeys a que estamos habituados e que nos fazem mexer.
Sentimos um ‘twist’ na batida de algumas canções, embora a voz característica de Alex Turner nos faça distinguir Arctic Monkeys à distância. Why’d You Only Call Me When You’re High? e Arabella mantêm o tema das relações mais ou menos conturbadas, que percorrem todo o disco. “I wanna grab both your shoulders and shake, baby. Snap out of it”. No. 1 Party Anthem, Mad Sounds e I Wanna Be Yours embalam-nos em ritmos mais suaves.
Este álbum é sem dúvida mais polido e talvez menos espontâneo mas a banda está sem duvida assente em bases sólidas, mais ou menos mutáveis na sonoridade, mas mantendo o registo e a certeza de que a banda estará por muitos anos na ribalta.