Beck . Morning Phase

Beck . Morning Phase

Alguns já tinham perdido as esperanças… foi preciso esperar 6 anos para termos o sucessor de Modern Guilt, e quem segue a carreira deste músico mutante, sabe que cada disco seu é uma caixinha de surpresas, e claro, Morning Phase não escapa a esta regra.

Muito dançamos ao som de discos com Mellow Gold, Odelay ou Midnite Vultures, e estávamos certos que um regresso de Beck nunca seria um regresso ao seu próprio passado.

Morning Phase não é apenas mais um disco para a discografia de Beck. Este é um regresso para longe dos riffs e da animação, e marca uma clara aproximação ao folk norte americano marcado pela guitarras acústicas e limpas, algo que já tínhamos experimentado em Sea of Change. Morning é isso mesmo, um recital de acordes estáveis aliados a um backgound forte das teclas e marcado pelo tempo da bateria.

É duma forma um tanto gentil que Say Goodbye tira o chapéu a Neil Young e a um solo de um banjo repousante. Blue Moon, é um cartão de visita perfeito para o que Beck fez, um tema pleno de harmonia onde o bandolim assume o papel principal e que gentilmente chama a complexidade instrumental e dos back vocals no momentum do tema. Unforgiven é quase que um “deixa-me em paz” e uma ode à expressividade depressiva que Beck nos faz viver  em nome da arte e de um registo quase imaculado.

A folk é definitivamente o caminho que Blackbird Chain e Turn Away precorrem, com melodias repousantes e sonhadoras onde o refrão harmoniza e embala a canção e nos deixa quase inertes.

Este é um registo inspirado e inspirador, que revela um momento de viragem na abordagem na carreira de Beck. Mas não nos irrita minimamente que os artistas mudem, desde que mantenham aquilo que esperamos deles… bons momentos… bons sentimentos… e acima de tudo, boa música.

8/10

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