Chris Martin e os seus Coldplay caíram finalmente no godo da música electrónica. Pode-se dizer que este mundo não é para quem quer, é para quem sabe… OK, por vezes não é bem assim, basta olhar para a lista dos DJ’s mais bem pagos em 2013 para se perceber que as coisas não são mesmo assim.
Midnight é então a porta de entrada dos Coldplay no mercado das festas sanjoaninas ou então das pistas de carrinhos de choque. Midnight torna-se um tema ainda mais perigoso, na medida em que há uma colagem de muito mau gosto a Bon Iver. Tudo isto, acompanhado por um bit mais intenso que nos recorda Avici ou Tiesto.
Quando em 2000 ouvimos Parachutes, houve um sentimento generalizado de que tínhamos um colectivo talentoso que atingiria o patamar mais alto da música através de composições artística de nota elevada. A Rush Of Blood To The Head confirmou tudo isto e as expectativas criadas para o terceiro disco subiram. X&Y não cumpriu o esperado. Foi a partir deste trabalho que perdemos a banda de disco e ganhamos os artistas em cima de palco. Já são muitas as digressões que os Coldplay trazem na bagagem, e temas que achamos menos bons ou demasiadamente comerciais, encaixam bem em concerto. Não houve grandes surpresas quando em 2012 os Coldplay lotaram o estádio do Dragão num concerto que certamente ficará na memória de todos.
Em Mylo Xyloto tivemos um disco marcante no que diz respeito à orientação da banda, no entanto ficamos ainda mais entristecidos por ver uma banda com estatuto a ter que se colar ao pior que a pop nos tem dado, num dueto que pensávamos nós, seria a ovelha negra da discografia dos Coldplay. Mas 2014 trouxe-nos um presente amargo, e Midnight é tudo aquilo que os Coldplay não precisam.
Com Midnight fica a certeza que no verão de 2014 iremos ouvir remixes de qualidade bastante duvidosa, mas que vão encher discotecas e playlists de rádios sem critério.
Eis o motivo da nossa tristeza…