Segunda noite do Suave Fest e a chuva ameaçou estragar as festividades no Largo da Misericórdia. Até chegou a pingar mas ficou-se por umas gotas de água.
E é perto das 22h que Tiago Saga, mentor do projecto Time For T, sobe a palco acompanhado da sua guitarra, para uma actuação a solo, tal como um trapezista sem rede!
Já com alguns anos de estrada, Tiago apoderou-se do ainda pouco público presente (dia de jogo do Vitória), e foi ganhando a atenção de quem passava. Com um leque de canções melancólicas e cativantes e como um registo muito comunicativo, Tiago foi exibindo-se quase como um cantautor de baladas e como vocação para tocar nos corações. Canções triste e saudosas fazem de Time For T um projecto rock com projecção internacional.

Seguiram-se os You Can’t Win, Charlie Brown (YCWCB). O colectivo lisboeta dispensa apresentações e apareceu no Suave Fest como nome maior da música nacional que comemora os 10 anos de música. O concerto inicia-se com Over the Sun/Under the Water e rapidamente a emotividade que caracteriza as músicas de YCWCB é transportada para o publico que começa a aproximar-se do palco montado na Praça da Misericórdia. Until December e After December foram as malhas que os YCWCB prepararam para nós.
Aquecimento feito, e seguem-se In The Light There Is No Sun, I’ve Been Lost ou Above The Wall e já não há corpos imóveis. Dançamos, cantamos e ficamos felizes por eles que estão a dar-nos como presente 10 anos de carreira imaculada, num dos projectos nacionais mais valiosos e de qualidade intacta desde o dia zero.

Tempo para os Conjunto Corona fecharem a edição 2019 do Suave Fest. A banda que elevou a Rotunda de Santa Rita a ícone nacional entra em palco com 187 no Bloco explicando logo que estavam ali para incendiar o ambiente. Os Conjunto Corona são aquele fenómeno que apareceram na música nacional com uma atitude completamente despreocupada, sem preocupações com a crítica e com o claro objectivo de animar e a missão está completamente cumprida! É um projecto de hip hop com letras mundanas e que transporta para o público situações do quotidiano tão familiares.
O público sabe as letras de trás para a frente e interage constantemente com os músicos em cima do palco. O Homem do Robe, figura maior deste projecto, é o personagem maior que materializa o que referimos em cima, um cidadão do povo para o povo. Ele dança, fornece hidromel ao publico e provoca pequeno motins saudáveis na imensidão da plateia.

Em Mafiando Bairo a Dentro, os bairros do Porto são substituídos por “zonas manhosas” de Guimarães e isso agrada o público. Chino no Olho funciona como a cereja em cima do bolo. O tema com mais horas de airplay nas rádios e que projecta os Conjunto Corona para o meio da pista da música nacional faz do Largo da Misericórdia o palco do pequeno motim, só ultrapassado pela repetição de 187 no Bloco, já em modo encore e que fez com que o carismático Homem do Robe navegasse em cima do publico num crowd surf improvisado por si, no meio do moche agitado.
O Suave termina assim, numa edição com nomes importantes da música nacional, e com a garantia de voltar em 2020.
