Os Cosmic Mass actuaram no Barhaus em Braga no ciclo de concerto Matéria Urgente. A cidade de braga ganha assim mais um espaço de amostra cultural, neste caso específico de música. A Matéria Urgente iniciou-se no passado dia 7 com o concerto dos Sunflowers que estiveram muito perto de mandar a casa a baixo. Ontem foi a vez dos aveirenses Cosmic Mass tentarem acabar com o resto e estiveram muito perto disso.
Se fosse possível captar a energia imanada pelos Cosmic Mass, certamente que Braga teria reservas eléctricas até ao Natal.
Mas como em tudo há sempre o outro lado, hoje não vamos falar do bom que se passou no Barhaus na noite passada mas sim do que poderia ter sido. Infelizmente a cidade de Braga está-se a mostrar demasiadamente acanhada na sua falta de estímulos culturais. Para muitos que se sentam em frente à TV e deixam-se levar pelo Netflix e Big Brother, música ao vivo é algo difícil.
“A noite até está fresca, para que é que vou eu meter-me num bar e ouvir rock? Ouço no spotify!”
Este é o pensamento de muitos que já nasceram com tudo adquirido. Música é ligar o Spotify. Filmes há Netflix, HBO, ou Mr. Piracy. Livros temos imensas ferramentas na Internet. Podíamos continuar aqui a falar das opções mais ou menos gratuitas que são oferecidas pela internet.
Mas onde está a experiência? Estaremos diante de uma geração comandada à distância de um telemóvel repleto de aplicações que formatam todos até à isenção de cultural? Num país onde a Cultura vale 0,25% de um orçamento de estado também fica difícil aos promotores chegarem lá.
Nos anos 80 ou 90, se houvesse esta oferta musical a estes preços os concertos esgotavam no dia da apresentação do cartaz. A música era algo valioso. Compreendemos a situação mais apertada que cada um vive face a quase 2 anos de pandemia, mas 5€ por bilhete não nos parece de todo impeditivo. Muitos gastam isso ou mais por dia a comprar tabaco.
Um dia, quando todos os músicos perceberem que as plataformas de streaming tiram muito mais do que o que dão pode já ser tarde. O Rock não está morto! Quem está a definhar é a sociedade! Uma anestesia que só não vê quem já o está!
Matéria Urgente é o nome deste ciclo de concertos e é Urgente mudar mentalidades. É Urgente reconhecer que todos os agentes culturais têm a cultura como o seu Trabalho. É Urgente perceber isto!
