Manhã de 11 de Janeiro… o rebentamento de uma bomba atómica nas nossas vidas, nas vidas de quem ama a música e a arte duma forma incondicional. Ainda não acredito que Ele tenha partido. Não estava preparado… melhor, não estávamos preparados.
Quando acordei a minha namorada disse-me “o teu telefone ainda não parou!“. Os meus amigos sabiam o que é David Bowie para mim. “Não vai ser bom acordares para o choque do dia” foi uma das mensagens que recebi… agora, com algumas horas passadas, sentimos que é mais do que um choque do dia. É um choque horrível para muitas gerações que vivem as suas músicas, a sua forma de estar, a sua personalidade artística.
Falar de David Bowie é chover no molhado… mas é obrigatório. David Bowie era mais do que um grande cantor ou artista. David Bowie é um marco na vida de qualquer pessoa que admire a arte.
Dia 9, dia seguinte do lançamento de Black Star, Dean Podestá, alguém mais ou menos desconhecido no universo, teve uma das frases mais partilhadas nestas últimas horas:
If you’re ever sad, just remember the world is 4.543 billion years old and you somehow managed to exist at the same time as David Bowie.
Era impensável por todos que Bowie partisse tão rápido e duma forma tão… bonita. O Artista a despedir-se dos seus fãs. Não há nada mais engrandecedor numa figura publica do que o seu respeito pelos fãs. Mas Bowie foi bem mais à frente, Bowie contou o tempo para nos dar um disco, obscuro e intrigante, como dizíamos à três ou quatro dias atrás. Hoje todos sabemos que David Bowie estava a despedir-se de todos, de todos os que não passaram ao lado da sua grandiosidade, de todos os que o compreenderam quando quis mudar as formatações de pensamento.
David Bowie não marcou só os seus fãs. David Bowie marcou a música em geral. São conhecidos inúmeros casos de salvamento de David Bowie. Nina Simone, Iggy Pop ou Trent Reznor são provas vivas da humanidade do Homem David Jones e da grandiosidade do génio artístico David Bowie.
Logo na segunda-feira, a NME publicou um artigo onde constam 24 músicos ou bandas que já revelaram que sem Bowie nunca teriam existido enquanto músicos. Neste grupo de artistas constam nomes tão relevantes como Morrissey, Beck, James Murphy, Radiohead, Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, Arcade Fire, The Cure ou os Tame Impala.
Nunca a morte de um artista foi tão noticiada, comentada, escrita e falada como a morte de David Bowie. 3 dias depois, ainda lemos, ouvimos e procuramos mais e mais informação que ainda não nos tinha sido apresentada. A revista Time, também partilhou um artigo onde são reveladas 10 curiosidades sobre Bowie que nós à partida não conhecíamos.
Sem querer tornar isto maçador, despeço-me com as últimas fotografias de David Bowie reveladas 2 dias antes do seu desaparecimento, dia do seu 69º aniversário.
Morre David Jones, mas David Bowie será eterno.