Dia 1 de Sonicblast abençoado pela chuva

Dia 1 de Sonicblast abençoado pela chuva

Ainda nem duas horas da tarde marcam, e já se ouvem os primeiros acordes de Jesus The Snake.

Ansiosos por entrar em palco, a banda natural de Vizela estreia o palco principal. Se podíamos estar na piscina a desfrutar de uma bela tarde, recheada de mergulhos, e muito boa música, podíamos… mas o S.Pedro não colaborou. Somamos e seguimos com uma performance muito competente, repleta de influências psicadélicas do fim do século passado, que lentamente aproximam o publico do palco.
So far, so good…

Diretamente de Hamburgo, Alemanha, High Fighter chegam a Moledo com uma receita para um cocktail volátil: riffs pesados com uma dose extra de blues, aliados a vocais poderosos, tornam esta banda de stoner e doom, uma aposta ganha.
Este concerto, aliado com uma forte precipitação, acabou por atrasar um pouco este arraial.

Às 17h já Maidavale ocupavam o palco.
Espantaram a chuva intensa com o seu rock psych e experimental. Uma performance que nos deixou a querer mais, já que depois do delay que a chuva proporcionou, a organização teve de “dar à perna” para tentar acompanhar a programação.

Minami Deutsch apresentam-se às 18h40. O quarteto de Tokyo lançou para o recinto um Krautrock e imenso psych que cativaram a plateia, que se mostrava receosa em relação à chuva – e com razão.

Devil and the Almighty Blues, vieram diretamente de Oslo, Noruega. Sentiram-se em casa com as condições climatéricas que se faziam sentir e isso notou-se. Despejaram um rock pejado de influências de blues e stoner com riffs massivos que quase secaram os ponchos do público.

Seguindo-se de Lucifer, o público que se tinha afastado do palco por receio de uma monção (ou apenas para apaziguar a fome e matar a sede) acaba por aproximar-se aos primeiros riffs, afinal, Lucifer não mordem! Acompanhados pela voz de Johanna Sadonis, frontwoman da banda oriunda de Berlim, que se apresenta sempre com um estilo muito retro. São de notar as influências de bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Blue Öyster Cult e Feetwood Mac.

S. Pedro continuou a revelar-se um “não fã”, e desde logo o início do concerto que nos presenteou com uma monção que desencorajou muitos elementos da plateia que fugiram em busca de abrigo.

Os Monolord chegaram às 22h em ponto, prontos a atacar mais um Sonic Blast com muito doom, stoner e bastante raça. Aproveitaram os membros de Minami Deutsch do backstage para se juntarem à plateia e a dar uns headbands antes de serem forçados a procurar refúgio da chuva – chuva essa que não foi capaz de fazer com que a plateia arredasse pé de uma performance que simplesmente fica no coração.

Relativamente a Earthless, a banda Californiana sobe ao palco e não demora a enfeitiçar a plateia com aquele rock que nos é querido. Oscilando entre o psych rock progressivo, blues e instrumental, Earthless são uma banda que percebe como dominar uma plateia (encharcada e ainda sedenta de rock) não andassem eles nisto há 18 anos. A noite teve direito a um convidado especial, Nicke Andersson dos The Hellacopters, que deu mais uma mão na guitarra, para tocar uma cover de City Slang da banda Sonic Rendezvous.

Graveyard sobem ao palco por volta das 1 da manhã e decidem não perder tempo. Arrebatam-nos com “Cold love” do novo álbum Peace, e continuam assim, lançando malhas e malhas, sem se esquecerem de hits como “Uncomfortably Numb”, “Ain’t Fit to Live Here”, “Siren”, etc.
Ficamos com a sensação que a banda, além de um concertozasso, perde em qualidade para o álbum. Calma, sabemos que nem sempre é possível traduzir a qualidade do estúdio para live concerts, no entanto, quem seriamos nós se não fizéssemos esta ressalva! As músicas parecem diferentes, talvez o som não fosse o melhor, talvez tivéssemos demasiada água nos ouvidos. Tirando isso, foi incrível.

Tempo para os Solar Corona, que dispensam apresentações, fecharem o 1º dia. Sobem ao palco com toda a sensualidade que José Roberto pode trazer a um evento desta envergadura, juntamente com um psych prog instrumental, acompanhado agora de um saxofone! (Que claramente aumenta o nível de sexyness que a banda de Barcelos costuma entregar nas suas performances). Tivemos direito a crowdsurf e saímos do recinto com um beijo no pescoço de Solar Corona. Uma bela maneira de encerrar um dia cheio de boa música e muita chuva. São 3 da manhã e amanhã há mais minha gente. Com menos chuva se der.

Sejam amigos, mantenham-se fofos.

Texto de Márcio Machado e fotografia de Nuno Coelho

Previous post
Os L'Agosto Big Boys em discurso directo.
Next post
Segundo dia de Sonicblast e a coroação dos Orange Goblin
Back
SHARE

Dia 1 de Sonicblast abençoado pela chuva