Lembrei da Donna Summer. Lembrei dos Chic e do Sylvester. Depois pensei no Studio54 e na Baia DEgli ANgeli… O Baldelli e a Grace Jones, Rimini e Moroder, Larry Levan e o Paradise Garage. Pensei na Amanda Lear!
Seria o pulsar do baixo a cantar?
Seria liberdade com vaidade?
Seria o prazer de viver?
O Disco.Sound tinha manias de música negra, com cheiro de América latina humedecida pelo funk. Dizem que era a revolta dos gays e dos negros contra o domínio da música Rock. Talvez fosse… Mas o fenómeno que para muitos era apenas de um nicho passou a ser um fenómeno global, apaixonado e apaixonante. Passou a ser uma festa, a única festa onde toda a gente ía para ver e ser vista. Bianca Jagger entraria No Studio 54 em cima de um cavalo branco e assim carimbava aquele que seria o palácio mais popular do Disco Sound. No tal ‘nicho’ mergulhavam agora Salvador Dali, Jerry Hall, Truman Capote, Donald Trump, David Bowie, Grace Jones, Jackie Onassis, Mae West, Andy Warhol, Elyzabeth Taylor, Al Pacino entre tantos e tantos outros…
Claro que houve muita coisa má! Sopraram as velas à pequenina do outro lado do atlântico e ofereceram produções alemãs terríveis feitas ‘by the Wall’… Atiraram com os Boney M e os Village People para a ‘DiSCOssão’ mas será que já toda a gente conhecia os fantásticos Dr. Buzzard’s Original Savannah band?!
O disco.Sound é New.York 1976/1977/1978/1979(?). Será também San Francisco e Miami in the late 70’s mas o epílogo da história é diferente…
Já em 77 Moroder/Bellotte e Donna Summer desenhariam um novo capitulo na Historia da Musica Popular. Com ‘I Feel Love’, tema principal do lp ‘I Remember Yesterday’ de Donna Summer o disco.sound americano seria pincelado com purpurina italiana. Nascia assim, o tema que daria inicio à nova música electrónica.
No fim de 79 parte do Disco.Sound Americano morria enquanto a outra parte viajava até à Europa do Sul. O Italo-Disco surgia com o groove do Disco Americano embora vestido com os sons dos synths já da nova década. A produção de lp’s e de maxis na Europa do Sul foi colossal! Do brilhante ‘Disco fizz’ dos Azoto aos pirosos ‘Rigueira’! (Seriam os nossos novos românticos?!)
Piroso, giro, do sul, quente e até tropical a verdade é que o Italo-disco foi uma influência forte para a House Music, mais especificamente para a House de Chicago que surgiria nos anos 80’s. Já nos anos 90 o Disco dormiria em fase REM, despertando cheio de vitalidade no novo milénio. Nomes como Todd Terje, Lindstrom, Prins Thomas, Metro Área, Rub’n’Tug encarregar.se.iam de fazer corar as insalubres pistas de dança com os baixos únicos do Disco, as harmonias e as backing vocals!
A verdade é que os Maxis (obrigada Tom Moulton) giros de Italo-disco podem custar 100$ no ebay, as anthology da Salsoul podem estar esgotadíssimas na Amazon, a HorseMeatDisco pode não fazer festas no Porto, o melhor dj. português da actualidade – Social Disco Club – pode tocar para 32 pessoas no 31 mas sim, como diria o meu querido MRP nós Resistimos, pelo DiSCO e pelos discos!