E agora Berg?

E agora Berg?

E agora Berg?

Numa nação onde o preconceito de quem quer ser alternativo é dominado pela falta de cultura musical e pelas novas tecnologias que permitem o usufruto do talento dos artista gratuitamente, sepulta à partida todo e qualquer candidato de programas de talentos.

Não será necessário fazer nenhum exercício para verificar que os vencedores destes formatos assinaram a sua sentença no dia do casting, e não estamos a falar da possível falta de talento dos vencedores. Nuno Norte, Sérgio Lucas, Filipe Pinto ou Sandra Pereira destilam talento, no entanto o rotulo de Ídolo enclausuram alguma genialidade num ou noutro disco que por regra é descriminado, quer pela falta de educação musical, quer pela resistência às origens do artista. Prova disto é Dénis Filipe, que conquistou A Voz de Portugal da RTP, e que editou o seu primeiro longa duração em 2013, mas a qualidade do registo não foi minimamente reconhecida pelos portugueses.

Berg, provavelmente não escapará a esta rejeição que está no sangue lusitano. Quando Berg decidiu que necessitava do Factor X para dar do salto para a frente do palco, acreditou que este era um programa diferente, quer pelo conceito, quer pelos resultados obtidos internacionalmente. Mas nisto Portugal é bem diferente… o Tuga obviamente prefere continuar a alimentar “músicos de trazer por casa”, que não têm qualquer noção do que realmente é fazer música, e continuam a alimentar a mediocridade duma nação que apenas consegue compreender dois ou três acordes orelhudos que dura dois ou três meses e depois recicla-se, e as playlists das rádios mais ouvidas são a prova desta mediocridade.

Mas ainda há quem não aprecie o fast food da música, e era este o chão natural onde o talento poderia florescer, mas aqui impera o preconceito e este é um solo infértil para vencedores de concursos, mesmo que estes tragam algo de novo à música nacional.

Resta-nos pouco mais que uma ténue esperança que Berg consiga virar uma página já muito preenchida.

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