Eles estão de volta, quatro anos depois de Tonight, o disco mais club da discografia dos Franz Ferdinand, chega Right Toughts, Right Words, Right Action (RT RW RA), e marca o regresso às origens, o regresso a 2004, como que embarcássemos numa máquina do tempo, mas também nos apresenta uma nova vida na identidade criativa dos Franz Ferdinand.
RT RW RA arranca a todo gás com Right Action, Evil Eye e Love Illumination. Estes três temas encaixam na sonoridade Franz Ferdinand como uma luva. São temas direccionados para os clubs que passaram estes últimos 10 anos a rodar Take Me Out, Michael ou Dark of the Matinée. Depois deste arranque electrizante, acalmamos e balanceamos ao som de Stand on the Horizon e Fresh Strawberries. Dois temas onde se desmascara rapidamente a influência dos anos 60, onde os Beatles foram Reis e Senhores, impondo uma sonoridade que ainda hoje é tida como referência. Atingimos a primeira parte do disco, o Lado A!
O lado B arranca da mesma forma que o lado A, forte, animado, com a sonoridade Franz Ferdinand a vir à tona. Bullet e Treason! Animals têm o condão e o engenho de nos erguer e pôr-nos a mexer.
Segue-se The Universe Expanded e Brief Encouters, e aqui ouvimos algo novo nos Franz Ferdinand. Caminhando por lugares pouco comuns, Alex Kapranos e companhia experimentam uma sonoridade bem ao estilo dos Blur do final da década de 90, com temas menos mainstream, menos fáceis de entrar no ouvido, mas com uma identidade própria, o que apreciamos.
Goodbye Lovers & Friends é a confirmação que os Franz Ferdinand pretenderam experimentar algo novo, diferente, longe do público mainstream que conquistaram. Estes são temas que poderão entrar nas setlist dos concertos, mas que certamente irão ter muitos arranjos para prender o público, mas isso é algo que não nos assusta, pois o quarteto de Glasgow já se mostrou bem competente quando se encontra em cima de um palco, recreando os seus êxitos duma forma exímia.
Este até pode nem ser o melhor trabalho dos Franz Ferdinand, no entanto mostra um registo mais maduro dos Fab 4 de Glasgow, sem receio de críticas, e sonoramente bem vincado.