God is having fun . Layne Staley

God is having fun . Layne Staley

O século passado democratizou a música e elevou a condição de músico a níveis nunca antes atingidos. Ser músico passou a ser sinónimo de reconhecimento, quer artístico quer a nível pessoal. Ser músico deixou de ser sinónimo de posição social, e passou a ser sinónimo de ídolo.

Muitos já partiram, mas deixaram uma obra e um legado importante durante a sua efémera passagem pela humanidade.

Em God is having fun, vamos falar daqueles que por cá já passaram e deixaram milhares ou quiçá milhões de fãs. Era fácil começar com um Elvis, um Bob Marley, um Kurt Cobain ou mesmo com um Jim Morrison, no entanto, optamos por alguém que marcou uma das décadas mais produtivas do rock mundial, sendo também um dos maiores impulsionadores da cena musical de Seattle dos anos 90, e que ainda hoje está bem presente em todos nós. Vamos falar de Layne Staley.

O Grunge liberalizou as camisas de flanela, as calças justas, as Dr Martens, e muitos outros comportamentos menos saudáveis. Há um chavão forte para as batidas mais intensas, “Sexo, Drogras e Rock & Roll”, mas o Grunge exacerbou a parte das drogas duma forma menos comum.

Pode-se dizer que Layne Staley foi vítima do Grunge, no entanto a sua vivência com as drogas recuam até à sua infância. Aos 7 anos, Layne assiste ao divorcio dos seus pais, muito por causa do consumo elevado de drogas duras por parte do seu pai, e a forte dependência de drogas por parte de Layne tem origem nesse facto.

Em 1994, por altura do lançamento de Jar of Files, segundo disco dos Alice In Chains, a adição de Layne atingia níveis altíssimos, tendo mesmo a banda cancelado a digressão de promoção desse trabalho. Layne foi então internado numa clínica de reabilitação, pois o nível de degradação da sua saúde punha em causa a sua vida.

A obra de Layne fala por si, não precisa de apresentações. Para muitos, os Alice in Chains são a verdadeira banda Grunge, aquela que sempre manteve a linha e o fio condutor do movimento de Seattle. A banda teve um interregno depois da morte de Layne, mas em 2009 regressou aos discos e a sonoridade mantém-se quase inalterada, continuando a identidade da banda.

em 1995, Layne junta-se a Mike McCready (Pearl Jam) e a Barrett Martin (Screaming Trees) para gravar uma das obras primas do final do século passado. Above é o nome do disco do super grupo Mad Season, onde se destacam temas marcantes como Lifeless Dead, Lonegone Day, River of Deceit e claro, Wake Up.

Voltando a Layne enquanto pessoa, fica sempre no ar um certo sentimento angustiante da sua vida, pois era conhecida a sua forma isolada de viver. Segundo os amigos de Layne, este gostava de se isolar e ficava semanas a fio sem contactar o mundo. Quando em 1996 Demri Lara, sua ex-noiva morreu por uma infecção relacionada com o consumo de drogas, Layne entra numa profunda depressão.

Em 2002 Layne refugia-se no seu apartamento em Seattle, recusando-se a abrir a porta ou atender o telefone, algo comum no músico aquando dos seus surtos de isolamento. Mas a 19 de Abril de 2002 esse desaparecimento é definitivo, tendo sido encontrado sem vida no seu apartamento. Segundo os médicos, Layne teria morrida a 5 de Abril, exactamente 8 anos depois da morte de Kurt Cobain.

A última pessoa a falar com Layne Staley foi Mark Starr, um dos seus melhores amigos, que nunca superou a morte de Layne, pois sentia-se culpado de não ter chamado o 112, dado o estado de degradação humana que o músico já se encontrava. Mark tentou por tudo que Layne obtivesse ajuda médica nesse dia, no entanto Layne recusou, falecendo nesse mesmo dia. Mark morreu 9 anos depois, amargurado com a culpa de não ter feito tudo o que estava ao seu alcance para salvar Layne.

Layne partiu cedo demais, mas deixou uma obra e um legado invejável. Os Alice in Chains irão ficar para sempre na memória de gerações que se apaixonaram pela música.

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