Chegamos ao último dia de SonicBlast e já estamos a ficar com saudades.
Ainda bem que ainda há muita banda para ver, finos para beber e muitas memórias para fazer!
Vamos a isso!
A banda de Berlim, Samavayo, inaugura as festividades do último dia esgotaderrimo com um pretzel de stoner rock, que seria o perfeito amuse bouche para a banda que se seguia. The Black Wizzards estreiam o palco principal munidos de um stoner seguro e denso, carregado de psicadelismo. Grande concerto pela mão da Joana Brito, Helena Peixoto e José Roberto Gomes, agora na formação desta banda que tem muitas cartas para dar, diria talvez baralhos, muitos!

Infelizmente, Mythic Sunship foram forçados a cancelar a sua participação no festival. No entanto, Deathchant assumiram a posição debitando um poderosíssimo “controlled chaos”. O quarteto de LA possui uma miscelânea curiosa de misturas que produzem, o que eles gostam de chamar, “The Original-Florida Death Metal”.
Psychlona trouxeram um delicioso “Kebab ‘n’ roll” desert rock diretamente de Yorkshire. Logo a seguir é altura de umas chicas muito hardcore mostrarem ao festival o que valem. Bala, a dupla dinamite oriunda da Galícia rasga a atmosfera com riffs pesados e uma bateria que simplesmente não desiste. Com influências que vão desde punk ao stoner, a banda presta homage a bandas como Nirvana, Melvins e Fu manchu, mostra ao mundo que existe muito espaço no rock para mulheres e provaram sem sombra de dúvidas que elas partem pescoços melhor que ninguém! Ou preferes as cenas do Agir?

Uma banda esperada por muitos e que apanhou outros tantos de surpresa sobe agora ao palco. Mahamadou Souleymane AKA Mdou Moctar é um compositor e músico tuaregue de Níger. Mal soam os primeiros acordes, é impossível não ficar impressionado pela inconvencional interpretação guitarra Tuareg. Mdou parte tudo com um som frenético e imparável, dono de uma energia tremenda que quase que coloca os seus contemporâneos na vergonha. O Jimmy Hendrix do Sahara e banda empurram o SonicBlast para uma dança desenfreada hipnotizando a multidão com um blues do deserto. Podemos dizer com toda a certeza que apesar dos grandes nomes que passaram pelo festival, Mdou Moctar teve uma das maiores ovações que se ouviram na Praia da Duna do Caldeirão. Já o dissemos anteriormente – a aposta neste tipo de som mais festivo e dançável teve uma belíssima aceitação por parte dos festivaleiros. Estamos certos de que vamos ouvir mais disto no futuro.

Com mais de 25 anos de experiência, Atomic Bitch Wax sobem ao palco!
A mistura de rock psicadélico dos anos 70 com um prog rock moderno trazido pela banda de Jersey é mel para a plateia que ansiava pelo momento. Seguiam se outra banda dos States – Pentagram. Estes malucos já ca andam desde 1971 e quem achar que eles estão bons para ir para um lar, não podia estar mais errado. Pioneiros do heavy e doom metal a banda de Virgina mostrou que esta aí para as curvas e usou a sua performance para entregar um pirete com um laço a bandas mais novas ao mostrar que o power também envelhece bem.
As duas bandas que antecedem aos cabeças de cartaz Orange Goblin, são 1000mods e My sleeping karma. A banda da Grécia não é desconhecida de todo. Formados em 2006, têm vindo a espalhar stoner premium pelo mundo e a provar, vezes e vezes seguidas, que são uma referência na cena. My Sleepy Karma são uma formação alemã, notória pelo cocktail de psych adicionado a um imaginário inspirado pelas religiões hindus e budistas.

Orange Goblin, essa referência no mundo do rock & roll sobe mais uma vez ao palco do SonicBlast! Os anos passam pela banda inglesa como passam por um bom vinho do porto. Não é que seja preciso dizer mas a sua música move-se entre o doom metal, o heavy metal clássico e o stoner rock numa banda que é sempre uma aposta segura do festival. Foi um autêntico deleite voltar a pôr os olhos e ouvidos em tamanho talento lendário e ouvir temas como “The fog” e “Red tide rising” entre outras. Claro que a menção a Lemmy Kilmister não podia faltar. Que P$%& de show meninos e meninas!
A banda de stoner americano Weedeater continuou o regabofe, deixando alguma margem para que a banda de instrumental post-rock de espanha El altar del Holocausto pudesse encerrar a noite com ajuda do “Wax on, wax off” da banda lusa Mr. Miyagi.
3 dias!
Mais de 40 bandas e ainda mais concertos!
Esperamos que SonicBlast Fest tenha arranjado uma nova morada, mas se há coisa que ficou provada é que para onde quer que o festival vá, leva tudo com ele!
Sem mais a declarar, o povo vê-se por aí!
Keep on rocking, meus malmequeres! 🤘
