Não é para ouvidos sensíveis nem gostos delicados. À nudez da língua portuguesa junta-se a honestidade do rock feito sem pretensiosismos.
O quarteto Linda Martini apresenta o seu terceiro álbum rodeado de expectativa e ansiedade por parte de uma legião de fãs que é já culto.
Sons fortes e penetrantes, até ao osso, que são por vezes cortados por melodias mais suaves.
“Ninguém tropeça nos dias” faz as honras de abertura, qual marcha de apresentação em tom crescente para o que está para vir. O frenético “Juárez” para “saltar e desprender” de tudo à volta. De palavras curtas e incisivas amparadas por sons fortes e cortantes. Assim se desenrola o álbum por “Panteão”, “Pirâmica”, “Sapatos Bravos”. O sangue ferve ao ritmo de “Febril” e do single de apresentação “Ratos” que já deixava antever a essência do disco. “Aparato” “mexe e desarruma” as mentes mais conformadas. Um exemplo do que é todo este trabalho. Sons que inquietam.
Fiel ao seu percurso, a banda mantém a consistência e não desilude no que é, em nossa opinião, um dos melhores álbuns portugueses do ano.