Muita água já correu depois de Pretty Hate Machine, e nesta fase Trent Reznor é uma pessoa diferente, com objectivos diferentes, logo, temas como Head Like a Hole, Terrible Lie, March of Pigs ou Closer, não podem entrar para as contas.
Ouvir um disco de Nine Inch Nails acarreta sempre um estado de espírito próprio, ou então corremos o risco de sub-avaliar a obra, e dessa forma, quando pegamos em Hesitation Marks, isolamo-nos e criamos uma bolha de protecção. Isso permitiu-nos ruborizar o nosso palato auditivo e criar a envolvência necessária.
Duma forma muito abrangente, podemos dizer que os NIN não hesitaram em por de lado a sua sonoridade mais agressiva de lado e percorreram caminhos novos, mais próximos dos clubes, mais dançáveis, mais virados para os remixes. E Copy of A e Came Back Haunted são temas onde o beat está bem saliente, mostrando que o pedal de distorção ficou na prateleira.
Durante este hiato de 5 anos, Trent Reznor desenvolveu bandas sonoras que lhe chegaram a valer um Oscar em “A Rede Social”, filme que mostrou o caminho percorrido Mark Zuckerberg, criador do facebook. A composição musical de Find My Way vai beber muito a esta fase de Trent Reznor, num tema que marca o reencontro do músico com a vida livre da adição das drogas.
Este não é um trabalho que irá marcar a carreira dos NIN, essa fase já passou, e neste momento, Trent Reznor pretende mostrar-se como um músico mais abrangente, capaz de fazer algo diferente, e isso fica bem vincado neste Hesitation Marks. A crítica e os fãs não gostam desta nova fase dos NIN. O coro de críticas é quase uníssono, mas Trent Reznor é um músico completamente independente, que se alia do mundo exterior e desenvolve dentro do que está a sentir.
Hesitations Marks passa por várias fases, fortemente influenciado pela música electrónica, com beats do hip hop, e com um certo encosto à pop. Um disco multidisciplinar que certamente será utilizado vezes sem conta em clubs e remisturado pelos mais diversos DJ’s.