As celebrações anuais do NOS Primavera Sound ocorreram, como manda a tradição, (pelo menos dos últimos anos), com ameaças de chuva, ventos fortes, e todos os cenários que não tornam possível um festival de acontecer. No dia de ontem houve chuva sim senhor, mas o sol também brilhou.
Com 2 cancelamentos ainda antes das portas abrirem, Ama Lou e Peggy Gou não atuaram no primeiro dia do Festival. As duas artistas eram dos nomes mais esperados para a noite de ontem, que acabou por ter menos alvoroço do que aquilo que se esperava.
Dino Santiago inicia os festejos ainda com Sol, e leva o pequeno público ao rubro quando se junta à plateia e se envolve com os fãs mais atentos.

Men I Trust, banda de Indie-Pop do Canadá conquista os moves da plateia com o tema “Tailwhip” de 2017 e com o seu mais recente single “Norton Commander”. Com ritmos e batidas bastante características do dreampop, acabou por ser um concerto calmo, para não destoar com o resto do início de tarde.
O sol estava a começar a ganhar terreno à chuva quando os Built to Spill entraram no Palco NOS para trazer de volta as camisas de flanela e as sonoridade mais próximas do grunge que inundou rádios e setlists nos anos 90. Com 30 anos pela frente energia já não é a mesma, mas a competência dos norte americanos é por demais evidente o que demonstra a solidez da banda.
A noite começava a cobrir o recinto do NOS Primavera Sound quando Jarvis Cocker sobe ao palco SEAT. o mítico líder dos Pulp foi uma vez mais igual a si próprio. Energético, sarcástico, divertido. Jarvis Cocker sabe como animar uma plateia e na noite passada a invicta compreendeu como um legado é construído. Sempre muito comunicativo e irreverente, faz com que a sua banda seja completamente e eclipsada pela sua presença.
Um dia, quem sabe, Portugal receberá este Artista em nome próprio, para ter um palco só seu, com um palco e plateia que reconhecerá toda a sua dimensão.

Mormor tem 26 anos e vem do Canadá. Já é assumido como uma promessa do pop, e veio ao NOS Primavera Sound confirmar isso mesmo. Pouco depois das 21h, no palco Super Bock, apresentou-nos o resultado do seu EP com “Lost” em tema de introdução. O público, devoto: dançou, cantou e gritou. Mormor termina com o single “Heaven’s Only Wishful”, no preciso momento em que começa a cair dos maiores aguaceiros da noite. A prova que o céu só se pode mesmo desejar, foi mostrada em forma de chuva, o que só fez que a plateia cantasse ainda mais alto.
O Palco SEAT apresenta-se como um palco menos comercial e a faixa etária deste palco denota isso mesmo. Poucos minutos depois das 23h, os Stereolab dão início à sua performance e o público que se manteve rijo, a aguentar a chuva e o frio, desfrutou da conjugação de ambientes electrónicos com o post-rock dos londrinos. Os ombros e ancas moviam-se ao ritmo das batidas enquanto os Stereolab mantinham-se focados em animar a plateia.

Seguem-se outros grandes nomes como Danny Brown e Solange. Para quem já viu o Homecoming, de Beyoncé, consegue rever algumas ideias, conceitos e principios, aplicados em palco pela irmã. De notar a voz delicada e muito bonita, a artista sobe em palco com cerca de mais 12 artistas, para nos regalar a vista com um concerto com muito R&B e dança q.b. O “espectáculo” dá inicio com o seu último álbum “When I Get Home”, mas é com “Losing You” e “Cranes in the Sky” que o público perde a compostura – no bom sentido é claro.
Da nossa parte fica a sugestão de Danny Brown ter fechado a noite.