NOS Primavera Sound – Dia 2

NOS Primavera Sound – Dia 2

O segundo dia de NOS Primavera Sound trouxe o sol e aproximando mais as condições climatéricas ao nome do festival.

A música começa com dois nomes nacionais, Surma no palco SEAT e Profjam no palco Super Bock. Se Surma trouxe à invicta as suas sonoridades mais electrónicas e ambientais, Profjam trouxe-nos a fusão do hip hop com os ambientes africanos mais dançáveis.

É com o sol ainda bem alto que Aldous Harding abre as hostilidades no palco NOS. A cantautora neozelandesa encheu os corações daqueles que aproveitaram a tarde de sol para receber sons com texturas mais melancólicas e um tanto ou quanto românticas. Hannah Harding mostrou-se sempre muito comunicativa e interactiva o que fez com a plateia não se esmorecesse.

Entretanto no palco Pull & Bear, em tempos, o famoso palco ATP, Nubya Garcia dava início a sua actuação. O jazz voltou ao Primavera Sound e logo pela mão de uma mulher. A viver actualmente em Londres mas com descendência caribeña, Nubya funde o jazz com os ambientes mais quentes das américas e algum afro-fazz à mistura.

Courtney Barnett apresenta-se com o NOS stage bem completo às 19h50 do segundo dia do festival. Do relvado conseguíamos ver as primeiras filas dedicadas aos saltos coordenados com a voz e baixo da cantora Australiana. O Power Trio de rock alternativo e psicadélico fez jus à energia contagiante do público, que não se conteve nos headbangs. Courtney aproveitava para, entre canções, trocar palavras com os fãs, e também uns sorrisos. Avant Gardener, Nobody Cares, Nobody Really Cares If You Don’t Go to the Party, encheram-nos as medidas.
Baixo ao poder!

No palco Pull&Bear, deixou-nos com algumas boas surpresas. Entre elas: Sons of Kemet XL. A banda britânica de Jazz, trouxe-nos música gloriosa, poderosa, enérgica e por vezes um tanto ou pouco: furiosa. Sim! Quatro baterias, um saxofone e uma tuba, numa hora que se parecia de um festival de músicas do Mundo. A dança foi (e é!) constante, e no meio de uns passos arrojados, há espaço para ajudarmos à festa em uníssono no tema “My Queen is Doreen Lawrence” com o seguinte: “I wanna take my country FORWARD!”.

Tempo agora para o músico residente do NOS Primavera Sound, Shellac. A banda de Steve Albini marcou presença na cidade do Porto em todas as edições deste festival, e ontem teve direito a um dos palcos principais do evento. O palco Super Bock acolheu a força das guitarras distorcidas e a intensidade desta banda formada em Chicago. Sempre com uma atitude muito própria, os Shellac foram mostrando da fibra que são feitos a cada malha que debitaram.

Eis que chega à hora de J Balvin, um misto de curiosidade e negação com o furacão que é neste momento o reggaeton. O certo é: encheu até não poder mais. Todos concordamos que o cartaz deste ano não supera todos os “Fake Line-ups” e que foi uma surpresa a presença do cantor colombiano no palco do Primavera. O reggaeton chegou à cidade, é oficial! O cartaz deste ano foi sem dúvida uma surpresa, nem sempre pelas melhores razões. Mas aqui o espéctaculo foi outro, onde ficamos completamente mergulhados no espectáculo visual dos insufláveis, gráficos vibrantes, buzinas,  referências a Cardi B, Beyoncé e Rosalía.

Entretanto no palco SEAT os Fucked Up iam alimentando a tribo do rock, com uma fusão entre o punk e o stoner tornando a coisa num arraial disfuncional que fez renascer o moshpit nesta edição do Primavera Sound.


A banda de rock norte-americana, Interpol, lançou este ano o seu mais recente álbum: A Fine Mess. Era uma surpresa o que a banda nos iria apresentar, já que tem perdido um pouco a sua identidade nos últimos 2 álbuns. Porém, a escolha da setlist da noite de ontem, não poderia ser melhor. Começamos com “C’mere”, êxito do seu segundo álbum “Antics”, que acabou por ser o mais tocado pela banda (e ainda bem). Com alguns altos e baixos, Paul Banks ainda mantém uma postura bastante rígida em palco, por vezes dando a ideia que estão com medo ou receio de se entregarem mais ou interagirem mais com o público, que foi o que precisamente faltou ontem. Os picos do concerto de ontem deram-se em “Slow Hands”, “Obstacle 1” e para finalizar “Roland”. No geral, um muito bom concerto para a velha guarda.

A noite de ontem fechou com um muito conhecido compositor da electrónica, para alguns um génio, James Blake (somos suspeitos). Era 1hora da madrugada em ponto quando começam os acordes de “Forward” – composição em conjunto com outro génio, de nome Beyoncé. Ainda com público a juntar-se ao palco, o cantor apresenta-nos assim o seu mais recente álbum Assume Form. James Blake não falha uma nota, um acorde, uma tecla. No momento de “Barefoot in the Park” é de notar uma agitação em torno do sample de Rosalia, mas nada mais do que isso. A noite foi do músico britânico, que repetiu o seu agradecimento de ali estar, e que éramos um público muito bonito.

No geral, o concerto teve poucas palmas, mas fãs bastante atentos e mesmerizados com o momento. Em “Voyeur” e “CMYK” a festa mudou de cara, entrando pelo mundo electrónico a dentro. Regressámos à base com “Retrogade” e “Don’t Miss It”, onde ficamos com as palavras de James a apelar para que nunca deixemos de dizer aquilo que sentimos às pessoas que realmente gostamos.

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