Uma viagem pelo infinito, numa atmosfera de intimidade e mistério. É o que propõem os The XX a quem embarcar na sua viagem musical.
Com apenas dois álbuns e membros muito jovens seria difícil prever que fosse este o resultado, mas, de facto, a legião de convictos fãs da banda cresce a cada batida da sua música.
Música de uma clareza e nitidez que cria beleza na simplicidade.
A profundidade de cada voz, o pulsar do baixo e a cumplicidade que paira em cada concerto são elementos que se destacam.
Desde o lançamento do primeiro álbum ‘XX’ em 2009 que a banda despertou atenção e emoção com temas como Crystalised, Night Time, Basic Space e Shelter.
O segundo álbum, ‘Coexist’ de 2012, segue a mesma linha. Uma coerência que agrada mas que não oferece novidade.
Em estilo quase confessional desenrolam-se canções como Angels e Chained com vozes em sussurro, em tom melodioso e sem esforço.
Guitarras inocentes fazem brilhar uma fantasia de canções intensas, numa estética elegante em ritmo tanto introspectivo como dançável.
Tendo já passado pelo nosso país por diversas vezes, quer em versão festival como em sala, distinguem-se por uma timidez que contrasta com a sua segurança e despreendimento em palco.
Mais uma vez, apesar da sua juventude, o seu talento é reconhecido não só pelo público como pelos seus pares. A prová-lo as participações em diversos projectos musicais.
A sua passagem mais recente por Portugal foi no passado mês de Maio no evento Night + Day, nos jardins de Torre de Belém, numa experiencia tão única como a banda.
E numa espécie de ânsia ritualística, os fãs aguardam o próximo álbum e próximos concertos.
Optarão estes londrinos por inovar ou manter a mesma linha? O risco é grande quando as expectativas são elevadas, mas não basta ser bom, é preciso prová-lo constantemente.