Pelo terceiro ano consecutivo, o Porto encheu-se de música. Foram mais de 70 concertos gratuitos em 23 locais que estiveram de portas abertas durante o dia e noite do dia 14 de setembro.
Da eletrónica ao fado, do rock ao hip hop, sempre com selo português, vários foram os locais emblemáticos que receberam os milhares de pessoas que percorriam a cidade à procura de mais concertos. A festa foi feita nas ruas, nas lojas, nos bares, nos cafés e em vários espaços culturais da cidade, assim como, o Clube dos Fenianos Portuenses, a Torre dos Clérigos, o Passeio das Virtudes, o Edifício Axa, o Coreto da Cordoaria, entre outros. É de notar que este ano houve mais oferta de concertos em espaços exteriores o que deu para abranger mais público e aproveitar as últimas noites de verão.
Com o entardecer haviam duas paragens obrigatórias, apesar de dois estilos musicais distintos, a vista sobre o rio e o pôr do sol complementavam o ambiente que se vivia. Tanto no Miradouro da Vitória, onde Social Disco Club em jeito de “sunset” pôs toda a gente a dançar, como no Passeio das Virtudes, Gisela João, emocionou as centenas de pessoas que assistiam ao seu fado.
No Edificio Axa a arte não ficou esquecida, desde as 16h às 24h o evento Don´t STOP MUSIC # Don’t STOP ART conjugou ao longo dos seus 7 pisos live performances, audio walk, arte urbana e DJ non-stop, onde foi possível ouvir os sets dos DJs Nuno Lopes e Mirror People.
No Coreto assistiu-se a um dos momentos mais marcantes da noite, com a Xungaria no Céu a responsável pelo caos animado que se instalou, naquele que foi um dos momentos mais divertidos e bem dispostos desta grande festa, que juntou a família FlorCaveira em palco sob lema “Religião e Panque Roque”.
A Praça dos Leões foi o lugar de dois concertos mais aguardados da noite, pelo menos os mais ansiados, Best Youth e António Zambujo não se fizeram de rogados e não desiludiram a multidão que os quiseram ver.
Já no Plano B, o espaço era pequeno demais para o rock’n roll dos The Glockenwise, entre apertos e a temperaturas altas era contagiante a energia da música desta banda de Barcelos.
No restaurante Aviz outro evento inovador surgiu da rapper Capicua que convidou amigos músicos, um deles dos Linda Martini,a declamar poesia sem nenhum acompanhamento musical, uma ideia que denominou de Língua Franca.
Os Fenianos, centro operacional da D’Bandada, foi palco de momentos intimístas e acolhedores ao som dos Little Friend. Mas o salão nobre do Clube Fenianos Portuenses foi minúsculo para acolher todos os que pretendiam assistir ao concerto de Samuel Úria. O músico de Tondela não deixou de mostrar alguma surpresa, mas depois de tal enchente proporcionou aos presentes um grande concerto, com muito humor, onde não faltou um aparelho “a morrer” e alguns momentos de discos pedidos.
Voxels fecharam a noite, onde se apresentaram numa peculiar plataforma elevatória, na Rua Cândido dos Reis, que se transformou numa pista de dança repleta de pessoas animadas como acontece nas noites de São João.
O tempo foi curto para tudo o que queríamos ouvir, mas é inegável que o evento foi mais uma vez um sucesso. De ano para ano tem-se verificado a importância da D’Bandada na cidade do Porto e, mesmo até, para a divulgação da música portuguesa. Esperamos impacientemente pelo próximo ano.