Casa cheia para um regresso já anunciado e muito aguardado. Foi este o cenário que os Orelha Negra encontraram no Porto.
22:17, hora do primeiro tiro no escuro… Início morno, todos com a curiosidade aguçada… Gradualmente, o público foi absorvendo os novos sons produzidos pelo quinteto (Sam the Kid, Fred, Francisco Rebelo, João Gomes e o DJ Cruzfader). Durante uma hora foi apresentado o que será o novo álbum destes rapazes.

Sem vozes presentes no palco, foi o dançar dos baixos por parte de Francisco Rebelo, o duelo cru das baquetas de Fred e a maravilhosa forma de samplar de Sam The Kid que fizeram os mil ouvintes, sedentos de qualidade sonora, mergulhar no novo álbum dos Orelha Negra.

Os mais “comercias” desesperavam pelas músicas mais reconhecidas, contudo, a musicalidade do futuro álbum reinava na sala…

O trabalho de casa realizado pelo quinteto começava a dar frutos… as amarras começavam a soltar-se e os corpos entravam no que parecia ser uma jam session, onde não faltou Hip hop, soul, funk e muitos samples desde Martin Luther King até ao “amor platónico” de Sam The Kid, um tal de Espadinha.

A espera foi brindada com o primeiro grande momento, ouvindo-se a divinal fusão do tema de Kendrick Lamar, “Bitch don´t kill my vibe”, com o super comercial “Hotline Bling”, de Drake, que resultou num refrão maravilhoso – “Drake don´t kill my vibe”. Eis o momento que os Orelha negra esperavam para dar a estocada final nos mais reticentes…

O tiro no escuro tinha acertado em cheio na alma de todos!

Assim se deu a saída de cena, para passados uns minutos regressarem para o “real” encore, com os três ases que faltavam. “961919169” foi o primeiro a saltar para a sala, que ainda se recompunha da primeira hora, seguido de ” Throwback” e, para finalizar a noite em grande, “M.I.R.I.A.M”.

“M.I.R.I.A.M.” Foi a piece de resistance que nós fez perceber que estes rapazes irão continuar a fazer boa música…