Parquet Courts, Turnstile e L’Impératrice foram estrelas no terceiro dia em Coura

Parquet Courts, Turnstile e L’Impératrice foram estrelas no terceiro dia em Coura

Terceiro dia em Paredes de Coura e o sentimento geral é daquele esgotamento saudável depois de uma noite com a intensidade de IDLES, a insanidade de Viagra Boys, a irreverência de The Murder Capital e a melancolia dos Beach House! Mas cada dia tem a sua história e para hoje contamos com muitas mais surpresas no anfiteatro da música.

Como já é habitual em Coura, as hostilidades são abertas no palco secundário e hoje coube aos Surprise Chef a honra de começar a dar música aos festivaleiros madrugadores que fazem questão de aproveitar cada decibel de música num festival que vale por tudo, mas essencialmente, pela música!

Estes australianos trouxeram o seu jazz muito próprio, numa jam session para ser ouvida em dias quentes como o que estamos a sentir e que vai bem com um cocktail. Há potencial neste quarteto e esperamos ouvir notícias em breve.

O Palco Vodafone recebe agora Yellow Days, uma espécie de alter-ego de George van den Broek e que conta com uma falange de seguidores muito vasta pelo território nacional. Não é normal ver o anfiteatro de Coura cheio no primeiro concerto do dia, mas com Yellow Days vimos pessoas a chegar durante todo o concerto e a tentar rapidamente garantir o melhor lugar para um merecido descanso ao som do músico britânico. Temas obrigatórios como A Little While, Gap In Clouds ou The Way Things Change são aqueles que provocam maiores emoções no público e levam a plateia ao rubro.

A bom ritmo, dá-se o início ao concerto de Donny Benét. Mais uma vêz o palco Vodafone FM fica entregue a músicos australianos de ritmos que nos fazem recuar ao post disco dos anos 80, embebidos de texturas mais indie e com uma vertente dançável acentuada.

The Comet is Coming é o primeiro dos momentos mais aguardados do dia e o trio britânico que funde jazz cru com pepitas de eletrónica, movimentos de funk e uma pitada de algum psicadelismo. Que coisa que aconteceu aqui! O público correspondeu inteiramente à energia que recebiam do palco e rapidamente todo o recinto era uma pista de dança.

Da Bielorrússia chegam-nos os Molchat Doma com o seu post punk rude, intenso, com a atitude necessária, mergulhados no melancolismo negro do new wave que é adoçado pela cor da synth-pop. O coletivo de Minsk mostrou-se sempre muito competente em cima de palco fazendo por merecer horas de airplay nas rádios nacionais.

Chegam-nos os Parquet Courts, que reconhecemos ser um dos concertos que mais estávamos à espera. Como fãs da banda de New York, admitimos que por vezes a isenção é posta de lado e tudo o que lerem a partir daqui é pela vossa inteira responsabilidade!

Estivemos diante de uma das bandas mais competentes em cima de palco que há muito merecia um anfiteatro como este. Não deixaram ficar mal quem neles apostou e o alinhamento de 13 temas foi eximiamente interpretado, acompanhado por aquele que já podemos dizer, o melhor público de festivais de verão! Human Performance, Dust, Wide Awake ou Light Up Gold provocaram motins bonitos de jovens e menos jovens que estão a viver um festival ainda mais intensamente do que viviam antes e que todos merecemos!

Ainda não recuperamos de Parquet Courts e somos abalroados pelos Turnstile e o dantesco cenário de guerra da boa gerado à frente do palco! A estreia do hardcore punk do grupo de Baltimore era aguardada à algum tempo em Portugal e 2022 trouxe-nos uma verdadeira ogiva de guitarras estridentes acompanhadas por uma bateria nervosa e o punk que corre nas veias dos Turnstile, fez deste motim o concerto da noite!

Terminamos a noite ao som de L’Impératrice, coletivo parisiense que assenta a sua sonoridade na electro-pop francesa que é aprimorada pela voz de Flore Benguigui.

Uma vez mais uma estreia em Portugal e uma vez mais uma estreia pelas mãos do festival que celebra a música. Com o legado importante para ser representado, a banda francesa soou a si mesma mas é notória a influência de Daft Punk, quer pela musicalidade, quer pelo aspeto visual que sobressaiu de imediato com a banda a entrar num palco escuro e com uns corações cintilantes ao peito.

Gostamos de ver os L’Impératrice e agora esperamos que não demorem tanto tempo a regressar.

Vodafone Parede de Coura - Dia 3
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