PAUS, de Lisboa para o Mundo…

PAUS, de Lisboa para o Mundo…

Os super grupos começam a ganhar uma nova vida, e os PAUS são isso mesmo, um grupo de músicos que são amigos, e um dia decidem entrar juntos num estúdio e começar a fazer o que melhor sabem fazer, música…
Este é um dos projectos nacionais que atingiu o reconhecimento por parte do público e da crítica duma forma quase instantânea, garantindo assim convites para actuar nos maiores palcos nacionais e internacionais, como bem exemplificam as duas viagens a Barcelona para o Primavera Sounds.
Este é o momento, esta é uma fase vital para o colectivo lisboeta. Com o segundo longa duração a ser etiquetado pela El Segell del Primavera a fasquia sobe, e os fãs aguardam… com as expectativas muito elevadas!

PAUS tem referências ou procuraram um espaço vazio no panorama musica?

Fábio: Acho que chegas a uma altura da tua vida e não tens uma referência, já tens tudo como referência, e fazes o que te vem à cabeça, ganhas personalidade artística
Makoto: Isto foi pensado para ocupar um espaço? Não foi pensado, Não foi consciente… se veio ocupar esse espaço… ainda bem…
Hélio: Nem havia intenção de fazer uma banda. Havia uns ritmos que se queria gravar, e depois pôs-se um baixo uns teclados, e gostamos do resultado. Depois pensamos, se calhar vamos marcar mais uns dias de estúdio e fazemos mais uma ou duas.

paus1

Depois deste sucesso inicial acham que vão ficar presos a esta sonoridade quando estiverem a criar novos temas?

Hélio: Não, nós não ensaiamos, vamos para estúdio, marcamos as coisas, e compomos em estúdio. Nunca estamos agarrados a uma matriz, compomos conforme o mood. Se estivermos muito mal dispostos sai uma coisa mais down, mais negra, mas não negra de África, mas se estivermos bem dispostos sai uma coisa negra de África.

Relativamente a outros projectos, como conciliam as coisas?

Hélio: É… o primeiro a ser marcado fica, não há grandes discussões, não há ética nenhuma a discutir.
Makoto: É uma ordem cronológica, que é bem gerida. Como já trabalhamos há uns anos é um método que não falha.

paus4

Com um novo trabalho para ser criado e com a ligação à El Segell vai ser um impulso na projecção internacional?

Hélio: Vai… para já vamos fazer uma tournée em Espanha que é uma coisa que nunca tínhamos feito. Fomos fazer duas vezes o Primavera Sounds mas foram coisas pontuais, mas agora vamos numa digressão de duas semanas para promover o primeiro single que vai ser editado pela Segel. Mas esse é o objectivo, eles tratam da nossa vida lá fora e nós por cá sempre nos tratamos bem.

A internacionalização era uma ambição dos PAUS?

Makoto: Isso é o que qualquer pessoa quer…
Fábio: É uma ambição de qualquer banda tocar nos mais variados sítios..
Makoto: Tu queres é tocar em todo lado…

paus3

Tocar só em Portugal pode ser frustrante?

Hélio: Não… repara, uma banda americana vem à Europa e faz um mês, mês e meio, dois meses no máximo, o que corresponde a 40 ou 50 concertos. Tu em Portugal, fazes isso num ano.

Retraem-se com esta nova tendência de fotografar e filmar concertos pelo público?

Hélio: Não. Pode ser chato para quem está na plateia e tenha uma pessoa à frente com o telefone na mão. Mas isso é um pouco estúpido. Eu não estaria num concerto a ver tudo pelo smartphone… Tirar uma foto ou filmar uma música, ok, tudo bem, mas isso faz parte de cada um…
Joaquim: Muito honestamente, Smartphones, iPhones, na boa… o pior é quando são iPads… [risos] alguém que passa o concerto a obstruir a visão à malta que está atrás… é a mesma coisa que meteres um A5 à frente do pessoal.
Fábio: Desde que não usem flash, tudo bem.

Mas acham que o público interage da mesma forma ou perde-se aqui alguma reacção do público?

Makoto: Podemos voltar à fase do isqueiro…
Hélio: Por um lado, dá para exercitar os músculos, pelo outro, podem desenvolver tendinites, o que pode ser chato [risos] Makoto: Antigamente passavam o tempo com a miúda às cavalitas, e a miúda saiu!
Hélio: Desde que não perturbem e respeitem o pessoal que está à volta…
Joaquim: Quem realmente perde a experiência real, é quem está no diálogo com mais uma merda, porque está mais preocupado em ser o primeiro a fazer o post do que propriamente em ver o concerto. Mas isso é um problema das pessoas que em primeira instância decidem separar-se do que está a acontecer, pela necessidade de comunicar esse mesmo acontecimento. Mas não acho que seja da responsabilidade do musico controlar o público, até porque eles estão ali, pagaram o bilhete. Tem de haver uma relação de respeito mútuo, mas não entendo isso como falta desse respeito.
Makoto: Se estiveres a falar duma sala, onde só as três primeiras filas têm uma visibilidade privilegiada, eu prefiro que essas três filas sejam ocupadas por alguém que quer viver o concerto.

paus2

Em jeito de provocação, os vossos concertos são algo de muito intenso e agitado… existe algum ritual?

Makoto mostra uma garrafa de Bushmills
Fábio: Basicamente, bebemos e dizemos coisas bonitas…
Joaquim: algo do género, “acredita… tu és capaz”…

Previous post
Vale a pena ouvir. Citizens!
Next post
Optimus D'Bandada 2013. O Porto encheu-se de música
Back
SHARE

PAUS, de Lisboa para o Mundo…