A Avenida da Liberdade enche-se mais uma vez do melhor stock musical que a Super Bock fica encarregada de nos trazer ao longo destes bons anos. Prova disso, é um SBeS esgotado!
Conhecido como o festival que encerra o ano, o SBeS já leva consigo uma grande legião de fãs. Este ano, não houve chuva, portanto não houve desculpas para descobrir novas sonoridades que apaixonam os mais melómanos, e não só.
Começamos sexta-feira, dia 22, com nomes como: Sinkane, Meute, Michael Kiwanuka e Nilüfer Yanya. Ainda não descobrimos o segredo para estar em 10 salas diferentes ao mesmo tempo, e por isso mesmo, trouxemo-vos uma belíssima seleção do que para nós, está nos melhores momentos do festival.

Começamos no Maxime com os Loyal, colectivo de Brighton que funde as sonoridades electrónicas com pitadinhas de disco funk e que tenta animar plateias. A musica consegue fazer isso, mas se os músicos não transmitirem carisma, a coisa perde-se, e foi isto que se sentiu.
Entretanto no São Jorge entrava Niki Moss em acção. O musico português apresentou-se em palco com a sua banda e com vontade de passar para o público a sua vertente mais pop mas com algumas texturas psicadélicas e indie.

Fomos a correr para a Estação do Rossio onde os YAGMAR já estavam em acção. Indie rock com ambientes africanos é algo que os Lisboetas YAGMAR conseguiram fazer, provocando um verdadeiro flashmob na plateia.
Sinkane abre o Coliseu dos Recreios pelas 20h30. Sendo ele o primeiro artista a abrir a sala, a plateia ainda se começava a formar, mas já bem animada. Ahmed, o seu nome de nascença, é um cantor Sudanês-Americano de 38 anos. Presenteou-nos com um espectáculo bastante funk-rock sem esquecer o pop Sudanês, o que na nossa opinião, o torna muito especial. É de sentir o carinho da plateia, que acompanha com danças a música de Sinkane, e não o abandona.

Escapámos para MEUTE na Sala Rádio SBSR (estação Ferroviária do Rossio). Já com imensa gente à espera da “Techno Marching Band” – como eles se entitulam. 11 jogadores de música fazem uma bela equipa em palco, e diga-se de passagem, a derrota foi de quem não viu este autêntico show. Com uma presença implacável em palco, sem erros a apontar, declaramos este o partido da noite, ao culminar com a tão conhecida cover “You&Me”, de Flume.

Sem tempos de espera e com muita correria à mistura, Michael Kiwanuka encheu o Coliseu e todos os corações que por lá andavam. O cabeça de cartaz provou o seu talento, e deixou o público sedento para mais. O músico Inglês mostrou e bem como se faz isto da música e da sua composição, com uma presença incrível no palco. A surpresa é notória quando ouvimos os primeiros acordes de “Black Man in a White World”, e “Cold Little Heart” do álbum Love and Hate. A noite culmina com a melancolia, tristeza, beleza e as palavras sábias de “Home Again”, single do álbum de estreia desta gema britânica.

A caminho do São Jorge paramos na Garagem EPAL onde Tó Trips e o seu Club Makumba ia animando as hostes dos que optaram por uma fusão de texturas lusas com sonoridades tribais. Escusado será dizer que o gingar de anca foi o mais normal.
Bem mais calma foi a actuação de Jordan Mackampa. O músico britânico apareceu no SBeS a solo com a sua guitarra e temas com texturas mais pop e sentimentais. Foi uma actuação doce que nos acalmou no meio de tanta correria.

Nilüfer Yanya enche terreno às 23h45 no Cinema São Jorge, e mostra ter fãs bastante dedicados. A jovem de 24 anos, de guitarra ao ombro parte corações muito fácil. A sua voz autoritária e implacável ganha uma doçura inexplicável, fazendo com que seja impossível não gostar. A artista de indie-rock, trouxe a Portugal alguns traços de soul, e uma presença em palco que nos deixa a certeza que irá voltar muito em breve, até porque ouvir só uma vez “Hey” – uma cover de Pixies, é mesmo muito pouco!
A primeira noite do SBeS termina com a energia do DJ set de Friendly Fires, mas só mesmo para quem tem energia de reserva.

Texto: Carolina Rodrigues e Márcio Machado
Foto: Nuno Coelho