Tivemos saudades, Couraíso!
O sol
brilha, parcialmente pelo menos, há finos, sinais fortes de campismo e menos
ruralidade do que o costume na linda terra de Paredes de coura.
Bem, ao que interessa.
Iniciam se as festividades com uma das míticas music sessions no sanatório de Paredes de Coura.
Durante esta performance intimista, Boogarins deram um gostinho do que estava para vir, mais tarde, no recinto do couraíso. Chances, sombra ou dúvida, invenção, elogio à instituição do cinismo foram alguns hits que compunham este set particular. Benzin encerra este pequeno concerto, música que segundo a banda brasileira, não se ia repetir no alinhamento palco principal.

De volta à arena dos sonhos.
O importante cargo de inaugurar o palco principal no primeiro dia do festival, ficou a cargo de Bed Legs.
Aos primeiros acordes, os corpos estendidos no relvado do couraíso, que absorviam toda a beleza natural embebida neste habitat da música, rapidamente colocaram-se em posição vertical para assaltar o palco. Não era para menos, a banda oriunda de Braga enche PDC com um som muito espesso e sem grandes malabarismos, fortemente influenciado por um rock’n’roll que vem de outras eras, muito rhythm&blues e bastante soul patrocinado pela voz do Fernando Fernandes, que aproveitou, a mid show para saltar do palco e juntar-se à plateia, que se agarrou à banda como o povo se agarra nos giveaways de totebags. Bed Legs viviam o sonho e isso notou-se. Um excelente kick off para aquilo que viria a ser uma primeira grande noite da 27ª edição de PDC

Do outro lado do mundo, da Land Down Under, chega a PDC a cantora e compositora, Julia Jacklyn, que cita como principais influências Doris Day, Björk, Fiona Apple, Leonard Cohen e ginga um estilo de música descrito como uma combinação bem pensada entre indie folk/pop e alt-country.
Uma performance bem menos mexida que Bad Legs, mas igualmente bem conseguida pela banda de Sidney.
Com uma enorme mancha humana a ocupar o que antes era verde, Boogarins sobem ao palco principal para a segunda parte (primeira para quem não teve a oportunidade para assistir à music session de tarde).
A banda neopsicadélica sobe ao palco e não demora a lançar o seu feitiço com Chances, seguido da malha Foimal. Correndo a discografia, não podiam faltar hits como: Tardança, Invenção, Doce, Lucifernandis, Lá vem a morte, 6000 dia, encerrando a performance com Sombra ou dúvida.
No primeiro concerto, Boogarins tiveram logo aceitação dos afortunados que conseguiram aceder ao mini show, na segunda parte, voltaram a afirmar-se como a belíssima banda que são.

Casa cheia, e entre gargalhadas, finos, sessões fotográficas de influencers, surge a altura de de Parcels tomarem as rédeas do palco principal.
O seu primeiro EP tem como nome “Clockscared”. Este, foi lançado em 2015 e foi muito importante no sentido em que, provavelmente o foi o material que Daft Punk ouviu na primeira incursão da banda em territórios franceses. Tendo agradado às lendas, Daft Punk convidaram a banda para voar para o seu estúdio em LA, pediram para ouvir demos, inspiraram se em Overnight e BOOM, produzem a coisa. Desta vez, foi a vez do festival ser convidado para um verdadeiro sarau onde imperou uma combinação cuidada sobre o eletro o disco soul e o funk inclinado para os anos 70’s. Uma espécie de mistura entre o antigo e novo que assenta como uma luva em Paredes. Quando o set chega a Overnight, tanto Coura como os australianos, estavam a viver um verdadeiro “amor de verão”. Parcels despedem-se com Tieduprightnow. Do lado do couraíso, uma avalanche de agradecimentos, a plateia fez se ouvir e acreditem, foi alto.

Matt Berninger, acompanhado pela sua banda, entra em palco ao som dos grandes Beach Boys.
The National, são uma banda da cena indie rock e post punk revival, que dispensam qualquer tipo de apresentação. São uma instituição em si. Sem perder tempo, soam os primeiros notas de You Had Your Soul With You, seguido de Don´t Swallow the Cap, pelo meio, Matt confessa que da última vez que estiveram presentes no festival, assistiram ao concerto de Nick Cave e foi “Fucking Awesome! YEAHH!”. Sempre que tinha oportunidade, Matt procurava conectar com a plateia.
Com Bloodbuzz Ohio do álbum High Violet, The National despertam aquela notalgia associada à grande banda que são, não fossem eles uns tipos que trilham palcos desde 1990, logo de seguida apresentam três temas: Hey Rosey e Oblivion do seu mais recente trabalho, I Am Easy to Find, e Guilty Party do álbum Sleep Well Beast.

Segue-se Sea
of love, mas antes Matt aproveitou para agradecer o calor e por pelo cuidado
que têm uns pelos outros, deixando escapar que também já “se esticou” ,dada
altura, num concerto de Foo Fighters.
Com uma plateia que se mostrava completamente submissa à banda de Ohio
seguem-se os temas Day i Die, The System Only Dreams in Total Darkness
e Where is My Head.
A banda não poupava em elogios, ora à casa cheia que os assistia, ora à
beleza intrínseca do Couraíso. I Need My Girl, lava a alma e deixa um sortido
de sorrisos e lágrimas na cara de muitos.Os americanos fizeram um
mashup da sua discografia enquanto enchiam a noite com temas; Pink Rabbits,
Graceless, Fake Emprire, onde Matt aproveita para assinar uns autógrafos e
partir uns tantos corações, seguem-se Rylan, Light Years, Mr.
November, Terrible Love.
Com os temas: About Today e Vanderlyly Crybaby Geeks, Matt acaba esta linda performance. Coura responde com todo o calor que a plateia costuma dar a quem lhes agarra a alma e coração, e se alguém o fez hoje, sem dúvida que foram os The National.
Matt Berninger é um Rock Star!

O after estava entregue a KOKOKO! O coletivo de Quinxasa, trás ao palco secundário um eletro afro beat sustentável e contemporâneo, na sua maior parte, construído por instrumentos feitos através de material reciclado. O “tekno kintueni”, estilo pelo qual a banda se classifica, mostrou que estava bem de saúde na ramboia que foi o after. Para concluir a noite, fica a o set do ator e DJ Nuno Lopes, uma presença já habitual nos corredores de PDC.
Mantenham-se fofos, amanhã há mais.
