A Casa das Artes de Famalicão, encheu-se de pompa e circunstância para acolher A Naifa, o colectivo lisboeta que une habilmente o fado às novas sonoridades, dando uma nova vida à tradição nacional.
Antes de tudo, temos valorizar o exemplar trabalho elaborado pela Casa das Artes de Famalicão visando a promoção e apresentação de projecto nacionais e internacionais de qualidade inquestionável.
Numa sala acusticamente próxima da perfeição, quando a cortina se abre, Mitó Mendes, Luís Varatojo, Sandra Baptista e Samuel Palitos já estão a postos dar início a mais um recital da sua vasta e inequívoca obra.
Desde o início do concerto se percebeu que a cumplicidade entre os demais elementos da formação lisboeta enche o palco e os corações do público que aplaudiu tema após tema como se fosse o último. Mitó, não aproveita as pausas entre temas para falar, opta por comunicar com a plateia rendida pela forma mais complexa e árdua, pela sua expressividade e sensualidade artística.
Com quatro discos na bagagem, o alinhamento do espectáculo percorreu todos êxitos, onde não faltaram as obrigatórias Monotone, A Verdade Apanha-se com Enganos, Señoritas, Música, Hécuba, Filha de Duas Mães, Esta Depressão que me Anima, Émulos, Cat People e Gosto da Cidade.
Concerto após concerto A Naifa consegue sempre deixar-nos sem a capacidade de expressão, sem a capacidade encontrar-mos palavras correctas para conseguirmos descrever as emoções que vivemos, tema após tema, acorde após acorde.
É com a Desfolhada com nova roupagem, e com uma plateia em pé que se fecha mais um momento alto da música nacional.