Reportagem A Naifa @ Theatro Circo

Reportagem A Naifa @ Theatro Circo

A Naifa, 10 anos a rasgar

Simplicidade e força, num palco português e em português

…escrever sobre este concerto…?” – “Quem…eu???” respondo de imediato ao Noizze, quando me convida para escrever sobre o espectáculo que fomos assistir no passado Sábado, no Teatro Circo de Braga. Dou comigo a pensar uma e outra vez…quem, eu? Mas que posso, ou melhor dizendo, como posso eu escrever, quando estive até agora fora de Portugal a viajar tanto tempo, ausente de tudo, é que já nem português correcto consigo falar direitinho, por isso, peço-vos desculpa sobre alguma falha minha, ou mesmo falta de jeitinho, mas vou-me esforçar, e tenho de me agarrar a essa ideia, que só por si já é suficiente, ou não…

Porque considero a música, um dos maiores sonhos reais que me podem fazer sonhar e voar, sendo A Naifa, um projecto, uma banda que admiro, com composições que muitas vezes me fazem sentir no verdadeiro sentido da palavra, a vida, a minha vida. Este espectáculo esteve para mim, repleto de muitas emoções e simbologia, e por isso, decidi que é disso que vou escrever, pois afinal, são 10 anos de existência, e hoje, sopramos as velas d’A Naifa, no palco que vocês pisaram à precisamente 10 anos! Muitos parabéns!

Passa das 22h00 horas, os tons dourados e quentes da sala do teatro desvanecem-se, à medida que aumentam os focos do palco que Mitó, Sandra, Samuel e Varatojo pisam. Vejo também uma bateria, um baixo, uma belíssima duma guitarra portuguesa com certeza e micros…é verdade, e algures um acórdão. É desta forma física que A Naifa preenche um espectáculo de mais de 1hora e 45 minutos em Braga, dando alma à música portuguesa, fazendo-nos ficar presos a vocês, a sentir, a viajar, a esquecer, e a adorar isso. Olho à minha volta, e reparo que na plateia o olhar e ouvido das pessoas ficaram constantemente presos ao espectáculo a que assistiam, saltando inclusive duma voz feminina do público algo assim: ”Vocês não saem daqui tão cedo” e gargalhadas soltam-se. Sente-se bem a cumplicidade entre os músicos e um gozo tremendo no que fazem, e quanto a mim, muito bem.

A vocalista Mitó confidenciou-me que gosta pouco de falar em palco, “…o que gosto mesmo é de cantar, mas hoje foi um dia especial aqui, falei mais do que o normal ” e ainda bem Mitó, pois também gostamos de te ouvir! Saltaram agradecimentos a todos aqueles que por este projecto passaram, e que mesmo fisicamente aqui já não se encontram, salientando o João Grande, a quem se atribui um enorme aplauso. O concerto termina, com a Tourada mais uma vez a ser cantada, neste caso, numa versão ainda mais diferente onde o público amigo bate palmas, canta e dança a convite da vocalista, que num ápice, de sorriso rasgado e alegria contagiante, desce do palco onde dá o verdadeiro pezinho de dança com o público.

Ah, é verdade, hoje o Teatro Circo teve 2 palcos, pois o público inverteu o seu papel, e neste caso, fomos todos nós a cantar para vocês uma canção especial: a canção de Parabéns!

Muito obrigada público.

Muito, mas muito obrigada A Naifa! Até já.

P.S. gostaria apenas de referir, que vi uma escassíssima cobertura de imprensa neste concerto, e isso deixou-me a pensar.

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