A 25 de Abril de 2019 deu-se no Porto a Revolução Belga.
Não, este artigo não é uma aula de história, mas podemos dizer que Trixie Whitley e dEUS, marcaram a nossa, na noite passada.
Este era um concerto muito esperado pelo público português, uma das maiores bases de fãs que dEUS tem. E como não é só bom chocolate que encontramos na Bélgica, Trixie Whitley tratou de abrir as portas a dEUS da melhor forma possível. A jovem apresentou o seu mais recente álbum, “Lacuna”, lançado em Março deste ano. Para muitos uma surpresa – uma muito boa surpresa, já que conseguiu cativar desde cedo a atenção dos fãs da banda belga. Trixie mostrou a sua versatilidade em palco, tanto na guitarra com acordes bastante alternativos, na bateria, ou com a sua voz de influência soul.

Uma hora foi o suficiente para começar a agitar o público e criar o suspense ideal na plateia. Às 22h, dEUS sobem ao palco para o concerto de comemoração dos 20 anos do seu álbum “The Ideal Crash”. Tom Barman, entra em palco e dirige-se mal pode ao microfone, lançando um berro bastante entusiasta, que fez o público responder imediatamente na mesma moeda. Afinal, não erámos só nós que estavamos à espera deste concertaço! “Welcome to our tour of two thousand fucking nineteen!” – as primeiras palavras ensurdecedoras e entusiastas, pelo que era impossível ficar infiderente a este banho de energia.
dEUS abrem o concerto com “Put the Freaks Up Front”, juntamente com 3 bailarinos em palco. Um add-on que não estávamos à espera mas rapidamente fomos absorvidos e distraídos pela coreografia.

Depois do tema de abertura, os mesmos abandonam o palco e ficamos só assim, nós e dEUS (interpretem da melhor forma!). A banda percorre “The Ideal Crash” com interpretações novas que nos soam muito bem ao ouvido, por sinal, bem habituado por Tom (voz), Klaas (violino), Rudy (guitarra), Steff (baixo) e Julle (bateria). Ficou a prova de que todos os membros dotam de uma elevada competência em palco, a interpretar, e a cativar o público português.
Em “Ideal Crash”, dá-se um dos pontos mais altos da noite, um tema claramente alongado e mais demorado do que o habitual. A plateia fica ao rubro, salta, canta, dança, e delicia o olhar quando Tom, Rudy e Steff se viram para o centro do palco e dão tudo o que têm e não têm nas suas cordas.
Um concerto sem dúvida marcante, onde revemos grandes êxitos e excelentes registos, como o single “Instant Street”, “Dead Sequence #1”. A isto juntam-se os bailarinos em palco, luzes psicadélicas alinhadas com flashes, e finais de temas com Tom no chão, em joelhos, assoberbado pelo calor que o público português transmite.

Terminada a comemoração dos 20 ano de The Ideal Crash, dEUS sobe a palco para umas pitadas do resto da discografia. Quatre Mains de Following Sea, Fell Off The Floor, Man de In a Bar Under the See e Hotellounge do disco de estreia Wors Case Scenario foram as escolhidas para simbolizar uma viagem que já conta com 25 anos de estrada e muitas histórias.
E como queremos que a Liberdade nunca acabe, “Nothing Really Ends” termina este encontro com dEUS. “I take it all from you” – cantavam todos em uníssono.
Por cá, esperamos a próxima aparição da banda por terras Lusas.
Texto: Carolina Roseira Rodrigues
Foto: Nuno Coelho
Galeria fotográfica dEUS

Galeria fotográfica Trixie Whitley
