Reportagem Festival Para Gente Sentada

Reportagem Festival Para Gente Sentada

O Europarque de Santa Maria da Feira acolheu o Festival Para Gente Sentada, sendo esta a décima edição deste evento que já começa a ganhar peso no panorama musical actual, pois já foi palco para nomes como Tindersticks, Patrick Watson ou Mélanie Pain.

Os lisboetas You Can’t Win, Charlie Brown tiveram as honras de abrir o festival, e claro, não goraram a oportunidade para apresentar o seu novíssimo Diffraction / Refraction. Já com alguns quilómetros nas pernas, este novo trabalho já soa tão bem que nem parece uma criança.

A harmonias meticulosas do colectivo de Lisboa, unidas a uma conjugação perfeita entre todos os elementos, provocando momentos pura simbiose entre os músicos e o seu público, tornando a nossa tarde de Domingo conseguida, e ainda estávamos no início da festa.

O horário apertado do evento deixou-nos com água na boca, pois ainda agora começou e já está a terminar.

O segundo concerto da tarde esteve a cargo dos londrinos The Veils.

A banda que conta já com quatro álbuns, sendo o mais recente “Time Stays, We Go” de 2013 proporcionou o momento mais concorrido do festival.

O quinteto em palco percorreu temas dos vários trabalhos perante um público silencioso e com vontade de descobrir mais.
Por entre tragos de vinho tinto, Finn Andrews, vocalista e compositor, transportou a plateia por entre momentos que foram do mais sombrio e pesado, ao leve e descontraído com ápices mais sonantes numa actuação com algo de catártico.

O êxito mais recente “Through The Deep, Dark, Wood” não podia faltar e foi facilmente reconhecido pelo público, deixando vontade para mais.

Walter Benjamin foi o senhor que se seguiu, e nada melhor do que as harmonias simples e dedicadas de Luís Nunes, que se fez acompanhar em palco com Nuno Lucas e João Correia dos TAPE JUNk.

O músico lisboeta agradeceu por diversas vezes a oportunidade de pisar um palco deste festival, o que marca positivamente a sua carreira.

As melodias mais recatadas uniram-se ao temas mais rock e folk, não esquecendo uma certa influência do Jazz, que Walter Benjamin guarda no seu cancioneiro, onde se destacaram temas como Mary e o obrigatório Airports and Broken Hearts.

À décima edição do festival subiu ao palco o fado.

Uma estreia que reflecte os tempos. Tempos em que o fado passa nas rádios, enche salas e é moderno.

Para este momento a escolhida foi Gisela João, a mais recente menina bonita deste clássico português.
Uma presença algo tímida e acanhada que contrasta com uma voz grave e poderosa que impõe respeito, atenção e comoção.

Acompanhada pela incontornável guitarra portuguesa, baixo e viola a fadista percorreu temas tradicionais, viras e malhões com uma nova roupagem para a lendária “Casa da Mariquinhas”, fruto de uma parceria com a portuense voz do hip hop Capicua.

Numa grande entrega às palavras, a interprete percorreu o palco, tomou o seu chá, ofuscou-se com os flashes e dominou a sua mini-saia, sempre contando histórias a uma plateia atenta.

Plateia que se rendeu à barcelense e pediu mais. E Gisela deu. Voltou para repetir dois temas mas que ainda assim souberam a pouco.

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