Reportagem NAXATRAS + Talea Jacta (+ Julio) no Hard Club

Reportagem NAXATRAS + Talea Jacta (+ Julio) no Hard Club

Uma noite bastante agradável e uma plateia que se preparava para ser uma das mais vibrantes que tivemos a oportunidade de testemunhar, pelo menos, nos últimos tempos aqui no Noizze.

A primeira parte do show, e subsequente responsabilidade por estabelecer o mood da noite, ficou a cargo de Talea Jacta. Um verdadeiro sucesso esta dupla nortenha, composta pelo guitarrista Pedro Pestana (10000 Russos, Tren Go! Sound System) e o baterista João Pais Filipe (Paisiel, HHY & The Macumbas).

Esta bela amizade surgiu quando em 2016 a Favela Discos organizou um conjunto de “parcerias improváveis”. A coisa correu tão bem que em 2018 lançavam já o seu primeiro trabalho, intitulado “I”.

Paisagens sonoras repletas de polirritmias num universo intergaláctico de repetições infinitas, agarraram de imediato a plateia, tendo sido um verdadeiro “amuse-bouche” para o banquete de sonoridades que se aproximava.

Tal foi a resposta do público ao ritmo etno-techno improvisado dos Talea Jacta, que a palavra de ordem era, (ler com pronúncia Espanhola), “JÚLIO!”. Não nos perguntem porquê, ou quem era, mas se a noite foi de alguém, foi de Júlio e de Naxatras, claro.

Com a arena pronta para a 2º parte do espectáculo, sobe ao palco o power-trio grego de rock psicadélico, Naxatras. Com pouco tempo a perder, surgem os primeiros acordes de “Pulsar 4000”, onde John Vagenas despeja um pesado e hipnotizante baixo, rapidamente auxiliado pela guitarra de John Delias e pela bateria de Kostas Harizanis.

No final da 1ª música, já com corações conquistados, enxovalhados de aplausos, somos envolvidos de imediato por “The Sun Is Burning”, tema que nos remete às sonoridades do primeiro álbum, seguido dos temas “On The Silver Line” e “Machine”, onde é possível perceber, de imediato, a crescente maturidade da banda em relação a composições anteriores. Já a qualidade, essa, tem-se mantido ao expoente máximo.

Entre gritos, aplausos, e menções ao “JÚLIO!”, continuamos a nossa viagem intergaláctica com os temas “Waves”, “You Won’t Be Left Alone” e “Golden Of The Senses”, alternando assim entre a discografia da banda grega. A dado ponto, e com tanto “JÚLIO!” , John Vagenas pergunta à plateia, depois de agradecer todo o calor que vinha do lado de lá: “Who the F*** is JÚLIO?!” Sem resposta e apenas despoletando ainda mais gritos por essa mesma personagem, Naxatras devolvem à sala o mesmo calor com “Prophet”, fechando assim a 2º parte deste grande show.

Uns minutos depois, iniciada a 3ª parte, ainda com a plateia a pensar de onde é que tinha vindo todo aquele fogo grego, Vagenas dedica o tema “All The Star Colide Into a Single Ray” ao popular “Júlio”. A banda despede-se do Porto com o tema “The Great Beyonder”, a cereja no topo do bolo, numa noite que já em si, tinha quase roçado o perfeito.

Riffs pesados, super trippy, com melodias gordas carregadas de um psicadelismo quente e sonhador acompanhado por solos de guitarra com um toque vintage dos bons e velhos anos 70. A performance da banda dota de uma energia bíblica, combinando elementos de psych/prog rock, stoner, funk, jazz e até um pouco de música eletrónica.

A julgar por tanto headbang, já se adivinhava que esta performance não ia fugir ao sucesso da estreia da banda na 8ª edição de SonicBlast Moledo. A qualidade deste trio é absolutamente inquestionável.

Uma das melhores coisas a sair da Grécia desde a invenção do despertador.

Texto: Márcio Machado
Foto: Nuno Coelho

Talea Jacta @ Hard Club

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