Sexta-feira cumpriu-se o segundo de dois concertos de apresentação de Clarão, segundo longa duração dos portugueses PAUS. A Sala 2 do Hard Club estava composta, mas certamente não composta o suficiente para o talento que Joaquim Albergaria, Fábio Jevelim, Makoto Yagyu e Hélio Morais.
Os quatro talentosos músicos subiram então ao palco duma sala que já se encontrava com temperaturas equatorianas e como era previsível, o mercúrio foi exponencialmente aumentando com o decorrer da actuação. Joaquim Albergaria foi incansavelmente solicitando águas para uma devida hidratação chegando mesmo a solicitar para que os fãs fossem respirando alternadamente tendo em conta os nascimentos em ano par ou impar.
Com um alinhamento fortemente marcado pelo novo disco, sentiram-se níveis de concentração mais elevados nestes novos temas que eram relaxados pelos mais antigos, mas nunca impedindo o alto desempenho do colectivo lisboeta.
Foi curioso ouvir temas de É Uma Água, o EP que estreou os PAUS nos discos, o que revelou que as origens estão bem ruborizadas.
Hélio e Quim Albergaria foram mostrando sempre um maior à vontade na comunicação com o público, esboçando aqui e ali tiradas de stand up comedy para aligeirar o ambiente.
Bandeira Branca já provoca nos fãs estatuto de tema indispensável que Muito Mais Gente ou Deixa Me Ser já o têm há muito, o que certamente cria no colectivo lisboeta índices de confiança elevados num futuro bem risonho, acompanhados lado a lado pelos seus fãs.
No fim do concerto, Hélio Morais e Joaquim Albergaria deram uma de comerciantes e misturaram-se com os seus fãs, o que aproxima os músicos, humanizando-os, tornando-os reais, tal como Joaquim Albergaria referiu durante o concerto “Isto é a vida real… aqui não há botões de likes nem de partilhas…”