Segundo dia no Anfiteatro da Música

Segundo dia no Anfiteatro da Música

O sol regressou ao anfiteatro da música e com ele a normalidade de um dia nas margens do Tabuão. Sól, banhos no rio, piqueniques improvisados e alguma ressaca do primeiro dia de festivalidades.

A música arranca ao som do garage psych rock dos Gator, The Alligator num primeiro momento de rock puro e duro! A banda de Barcelos estreia-se assim naquele que é um dos palcos mais queridos de qualquer músico nacional e podemos garantir que não comprometeram, deixando uma fantástica imagem da saúde que o rock tuga vive.

Com dois discos na bagagem, a atuação dos Gator foi uma viagem entre Life is Boring e Mythical Super Bubble que agradou a todos os que anteciparam a sua entrada para treinar o moche que ia ser tão importante neste dia.

Mema. alter ego de Sofia Castro entra em cena num palco principal ainda com pouco público mas a sua entrega foi fazendo com que o público se aproximasse garantindo assim um número bem simpático de pessoas no fim da atuação de Mema.

A artista de Aveiro percorreu o seu leque de temas disponíveis e ficamos a ideia que a qualidade que Sofia Castro apresenta, teria encaixado melhor noutro horário com outras condições. Todos sabemos que o público de Coura por vezes ignora os primeiros slots dos palcos por desconhecimento.

Um dos momentos mais aguardados é o concerto dos Porridge Radio, a banda do momento no Reino Unido que já está a ganhar raízes em Portugal e que fez jus ao acontecimento. Num dia repleto de nomes tão importantes e já bem cimentados nas ligas maiores, o quarteto o quarteto de Brighton roubou corações numa performance que viajou por entre os dois discos editados nestes dois anos, com destaque maior para Back to the Radio e o muito aguardado 7 Seconds.

Na impossibilidade de termos os King Gizzard & the Lizard Wizard por motivos de saúde de Stu, os BadBadNotGood antecipam a sua atuação no Vodafone Paredes de Coura e ocupam o slot deixado de vago pela banda australiana.

Este era já um concerto muito esperado pelo publico nacional, depois de em 2017 terem proporcionado fim de tarde épico. Uma jam session de rebeldes do jazz que fundem este estilo tão pouco normal dentro da fauna de um festival de verão com texturas mais pop e alternativas, proporcionaram uma vez mais, emoções fortes no público que dançou e sentiu cada nota como se fossem suas.

No Palco Vodafone FM entra em cena Indigo de Souza, norte americana da Carolina do Norte que possui uma voz encantadora e que funde no seu portfólio musical a folk com o indie rock dizendo olá à pop descaradamente e com isso deixa os nossos recetores auditivos em êxtase.

E agora? Agora temos o headliner do dia e talvez do festival. Os IDLES estreiam-se no Vodafone Paredes de Coura e já paira no ar alguma ansiedade do público que rebentou quando o coletivo de Bristol entra em palco. O concerto arranca ao som de Colossus e o anfiteatro da música rapidamente transforma-se num moche pit de dimensões colossais. Os IDLES mostraram-se sempre impressionados com tal plateia e com a entrega do publico de Coura. Temas como Mother, Never Fight a Man with a Per, Love Song ou I’m Scum proporcionaram sempre um maior movimento nas imediações do palco e gerando por vezes um caos dançante repleto de doses de crowdsurf e saudáveis contactos entre os presentes.

Num tempo que podemos dizer pós covid-19, estes momentos são sempre vividos duma forma ainda mais intensa e todos nós vemo-nos em situações mais agitadas que noutros tempos não nos víamos!

Como tudo o que é bom tem de ter um fim, Danny Nedelko provoca provavelmente a maior explosão no recinto e Rottweiler é a última malha dos IDLES!

Pela primeira vez em 2 dias, o Couraíso faz a sua pausa durante sensivelmente 45 minutos para receber os norte americanos Beach House. O duo que em versões live transforma-se num trio era também uma das bandas mais aguardadas e a missão de atuar depois de IDLES era totalmente ingrata. Depois do concerto algo morno de 2017, havia algum receio por parte do público mas desta feita, os Beach House encheram as medidas do público português. Se o som dos Beach House encaixa melhor em concertos de sala é uma verdade absoluta, em 2022 não nos podemos queixar da performance da banda de Baltimore.

Temas como Lazuli, Mith ou Master of None provocaram dos momentos mais empáticos e românticos no recinto. Em Space Song, somos aglutinados por toda a depressão e melancolia ficando impossível de nos mantermos indiferentes.

Seguem-se os suecos Viagra Boys no palco Vodafone FM com a honra de abrir o After Hours deste dia. Toda a insanidade do norte da europa une-se em palco liderados por Sebastian Murphy que já se apresentava visivelmente “bem-disposto”, perfeitamente encaixado no mood do momento.

Ain’t Nice provoca o primeiro pico de rebeldia, seguido da igualmente irreverente Troglodyte e o caminho já não tinha retorno possível. Tema após tema sente-se a plateia cada vez mais cheia, mesmo com o relógio a marcar as 3h da manhã. É caso para se dizer, os festivaleiros de amanhã que se preocupem com as dores no corpo!

Sports e Shrimp Shack finalizaram a primeira parte do set e o público acreditava num regresso para temas fundamentais que ainda não tinham sido apresentados. E é num ambiente nitidamente caótico, de total insanidade que recebemos de braços abertos Worms e Down in the Basement.

É sempre bom receber bandas como os Viagra Boys. Não interessa a que horas nos deitamos. Apenas sabemos que nos vamos deitar melhor do que no dia anterior!

Não se esqueçam, hoje há mais!

Vodafone Parede de Coura - Dia 2

Foto: Nuno Coelho

Previous post
Vodafone Paredes de Coura, o regresso mais aguardado!
Next post
Parquet Courts, Turnstile e L'Impératrice foram estrelas no terceiro dia em Coura
Back
SHARE

Segundo dia no Anfiteatro da Música