St. Vincent . St. Vincent

St. Vincent . St. Vincent

Annie Clark regressou este ano aos discos, após um estonteante amor pelo gigante David Byrne, mas que foram responsáveis por um dos maiores desgostos de 2013, quando cancelaram os concertos em Portugal.

Um disco homónimo quando já se tem alguns anos de carreira e três discos para trás, incute sempre uma carga subjectiva muito forte. Surgem aquelas velhas questões como “será é este o seu som?”, “será que atingiu a maturidade musical?”.

Birth In Reverse é o primeiro avanço para este trabalho e com uma entrada a pés juntos ouvimos “Oh what an ordinary day/ Take out the garbage; masturbate”, e a partir daqui, estamos prontos para tudo. Mas o disco abre com Rattlesnake, um fino exemplar dos ritmos distorcidos e belos que St. Vincent já nos habituou.

Com Digital Withness temos a ideia de um tema sobre instrumentado sem nunca perder a a dançabilidade da melodia de St. Vincent, enquanto que mostra em  I Prefer Your Love e em Severed Cross Finger a sua capacidade de desenvolver baladas exuberantes.

Em Huey Newton flutuamos harmoniosamente até deparamo-nos com uma explosão de guitarras assanhadas, ao passo que em  Bring Me Your Loves é um tema estonteante e tenso no seu ritmo.

Com este disco, Annie Clark quando possuída pelo seu alter ego St. Vincent, mostra que é capaz de desenvolver sonoridades acessíveis mas ao mesmo tempo pouco convencionais e desafiadoras. As constantes mudanças de espírito são evidentes, o que torna impossível de se tornar enfadonho.

Este sim, é um excelente resultado do talento de uma mulher com a sua veia criativa bem ruborizada.

9/10

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