O Festival Sziget na Hungria não é para meninos. São quase meio milhão de pessoas que passam pela cidade da música, uma das ilhas do Danúbio, exactamente no centro de Budapeste.
Durante uma semana a ilha dá lugar a inúmeros palcos por onde passam grandes nomes do mundo do Rock/Pop, estrelas da música electrónica, mas também pode-se encontrar bandas de metal, folk, jazz,blues, alternativa e música clássica preenchendo assim o programa intensivo do festival. São 8 dias de música non-stop a não perder no entanto não é fácil ir a todos.
Com tantas coisas a acontecer no festival é difícil decidir quando são horas de “nanar”. Podem passar dias sem se parar na tenda mas vais acabar por ter de arranjar um espaço para aterrar, mesmo que não seja o teu “cantinho” vais encontrar alguém que tem um lugar para ti na hora certa. Mas não te preocupes porque quando acordares vais sentir que a festa está só a começar e quando saíres da tenda vais ter logo um grupo de pessoal já a “rockar”!
No meio da tanta gente, para ver os cabeças de cartaz é um milagre. Estar-se rodeado de milhares de pessoas, a deslocação do ponto A ao ponto B pode significar 10 metros em 15 minutos onde o Crowd Surf pode ser uma barreira ao destino.
Pois é, o Sziget já alcançou mais habitantes que a Islândia e durante uma semana no mês de Agosto tem a sua moeda, ou melhor o seu cartão de crédito, e passaporte próprio para todos os “Szigetens” (nome utilizado para designar um habitante do Sziget). O conceito ecológico está também presente, onde por cada saco do lixo que entregares nos centros “verdes” és pago com uma quantia simbólica. Um festival de música limpo parece missão impossível especialmente se meio milhão de pessoas estiverem presentes.
Para além de boa música, o festival oferece um pouco de tudo durante essa semana, como por exemplo teatro, cinema, arte contemporânea e instalações artísticas, graffiti, tattoos, cabeleireiro, cacifos, viagens de barco e comboio até Budapeste. Oferece bem mais, mas isso fica para os mais curiosos descobrirem pessoalmente. “Comes e bebes” estão também presentes mas é recomendável fazê-lo no centro da capital porque os preços ficam bem mais em conta e a oportunidade de ver a cidade não é nada de se deitar fora, até porque Budapeste tem sim uma beleza muito especial.
O Sziget não é fácil. Coexistir no meio de tanta gente num ambiente de festa pode ser claustrofóbico e caótico. Esperar pela vez de pedir uma cerveja ou ir ao quarto de banho não é das coisas mais difíceis. Encontrar alguém e reencontrar é que é realmente o desafio. Se conheceste alguém especial e queres voltar a ver esse “dude” ou “gaja” que tanto sabe estar, isso vai ser difícil a não ser que seja o “rockeiro” da tenda ao lado, mas mesmo assim, é obra! O festival é especialmente bom para aqueles que gostam de se perder num ambiente de música e reencontrarem-se noutro com pessoal totalmente distinto mas sempre em festa.
O festival Sziget não é para todos mas os sobreviventes não vão querer outra coisa até porque o cenário é simplesmente do outro mundo.