Está na hora de se fazer o balanço de mais um ano de musica, e tal como nos últimos 10/15 anos, a musica nacional é medicação altamente recomendável para todas as maleitas. Este é um top que junta o que melhor se fez por cá, avaliado pela nossa redação que é composta por um conjunto de idiotas que encara a musica duma forma muito séria.

2018 marcou o regresso da super banda que junta Afonso Rodrigues, Rai, Braulio e BB. Depois de uma obra prima como primeiro disco, a vida fica demasiadamente complicada, pois as expectativas estão muito altas. Overcome é um excelente disco de onde as fusões do rock interagem perfeitamente mas que está refém de um trabalho que para muitos é considerado como o melhor disco rock feito em terras lusitanas.

Marcha Atros é mais um EP do que um disco. Um registo composto por 4 faixas mas que deixa a nu toda a criatividade que Samuel Úria tem dentro de si. Com mais 4 faixas com todo este encanto e estaríamos definitivamente diante de um disco para ombrear por um lugar no pódio.

Selma Uamusse até pode passar despercebida aos menos atentos, mas depois do fim dos Wraygunn Selma abraçou as sonoridades mais próximas das suas raízes moçambicanas, fundindo-as com toques de contemporaneidade. Mati é um disco que abrange uma universalidade de ouvintes que não estamos habituados.

7 anos separam Nação Valente de Mutuo Consentimento, último disco de originais do musico, compositor, artista que nasceu na cidade do Porto e que durante anos brindou a cultura nacional com uma forma única de compor e de intervencionar a sociedade.
Nação Valente é um disco que não tem a carga social de outros tempos mas que nos oferece tudo o que Sérgio Godinho nos ofereceu desde o início da sua carreira.

Começa a ser complicado falar de Linda Martini. Ano de disco de Linda Martini é ano que fica limita o top 10 de qualquer publicação a 9 lugares. É caso para dizer são os Linda Martini e mais 9.
Ao quinto longa duração um disco homónimo. Linda Martini mantém a agressividade positiva da história do colectivo lisboeta e revela-nos novas tendências da musica. São claramente notórias as sonoridade africanas que incitam ainda mais ao gingar da anca.

Castel Spell foi um dos primeiro discos revelados em 2018 e rapidamente percebemos que o colectivo do Porto teria um lugar de destaque no balanço deste ano. Com uma postura completamente despreocupada e com uma atitude de “I don’t fuckin’ care” Carol e Carlos vão debitando decibéis energéticos pelas casas noturnas, salas, quartos ou carros de quem está alinhado com o Psycho Punk Rock dos The Sunflowers.
Há muito que deixaram de ser uma promessa para serem um confirmação do melhor que se faz na música nacional.

Quer-se goste ou não Tiago Miranda é indiscutivelmente uma das personalidades do ano no que diz respeito à musica nacional. Com o alter ego de Conan Osiris, o lisboeta atinge-nos com uma forma peculiar de olhar a musica, gerando amor por um lado e algum desdém por outro. Não é um artista consensual, mas é alguém que já conseguiu deixar a sua marca.

Ao terceiro trabalho de originais a dupla composta por Catarina Salinas e Ed Rocha Gonçalves atinge o auge e a consagração no panorama musical nacional. Agarrados à pop duma forma muito própria, os Best Youth marcam 2018 com um trabalho completo que atinge com toda a naturalidade o top da musica nacional. Os próximos anos mostrarão que o colectivo do Porto está mais do que preparado para assumir o legado do pop rock nacional.

Paulo Furtado, The Legendary Tigerman, o Sr. rock n’ roll nacional. Não há nada de errado em toda a carreira de Paulo Furtado. O Tigerman revelou Misfit nas plataformas de streaming ainda em 2017 mas o disco é editado já em 2018. Um registo cheio de rock n’ roll e blues que complementa uma discografia já tão rica como a de Paulo Furtado.

Odeon Hotel é só mais uma obra prima da dupla composta por Tó Trips e Pedro Gonçalves. Neste trabalho os Dead Combo trazem também a bateria de Alexandre Frazão o que complementa genialmente a musicalidade da dupla lisboeta. Mark Lanegan dá voz a “I Know, I Alone” escurecendo ainda mais o sentimento deste trabalho dos Dead Combo.
É um disco perfeito que encaixa perfeitamente na coleção de qualquer melómano.