O relógio apontava para as 21h15m quando a sala do Lisboa ao Vivo já estava bastante composta para uma noite que se esperava mágica.
Entre cervejas e boa disposição, o público assistiu ao concerto de abertura com Erika de Casier, recebendo a artista de braços abertos, deixando-se levar pela sua sonoridade contagiante. A sua voz doce e suave contrastava com os fortes jogos de luz e com a sua presença enérgica em palco.
Acompanhada pelo seu baterista, fez o público dançar durante cerca de meia hora, conquistou corações e saiu no meio de aplausos e sorrisos. A primeira parte da noite não poderia ter sido melhor.

Assim que Erica terminou, seguiu-se a troca de instrumentos e a preparação do palco. O público não arredou pé. Passavam 10 minutos das 22h quando se começa a sentir a ansiedade para ver Chaz Bear, de nome artístico Toro Y Moi.
Eram precisamente 22h25 quando as luzes apagam, surge um fumo alucinante e Chaz no centro do palco, acompanhado da sua fantástica banda. Sem perder tempo e com uma entrada rápida, arranca com Mirage e No Show, onde mostra logo a sua personalidade única e intensa. Era quase impossível acompanhar a velocidade com que Chaz se movia no palco, ele dançava, ele tocava no seu teclado, era energia pura.

Seguiu-se Ordinary Pleasure, do seu último trabalho Outer Peace. Estava aberta a pista de dança no LAV. Com um groove que não deixava ninguém indiferente, Chaz leva o público a viajar com a sua sonoridade muito própria e com as suas letras arrojadas, era possível sentir um clima de transe no LAV, as pessoas simplesmente fechavam os olhos e deixavam-se levar, confiando de corpo e alma no que ouviam e sentiam naquele momento.
O artista agradece a forma calorosa como só um bom português sabe receber. 5 anos foi demasiado tempo sem tocar por estes lados, foi demasiado tempo, como o próprio refere. O público responde com uma grande ovação.

Em sintonia com os outros três elementos da banda, o concerto contínua electrizante. Todas as músicas são recebidas com grande euforia. Houve tempo para celebrar o novo trabalho e recordar músicas de álbuns anteriores, como Underneath the Pine, Anything in Return e Boo Boo.
Chaz Bear esteve sempre muito comunicativo e chegou a descer às grades para cumprimentar a primeira fila que estava ao rubro.
Depois da viagem, a hora de descer à terra… A despedida do público português foi feita com Rose Quartz, deixando tudo em palco, contagiando os mais tímidos e levando ao êxtase os fãs mais ferverosos.
Uma noite memorável, que deixou a certeza de que Toro Y Moi não irão demorar muito a voltar.

Texto e Foto por Joana Ruth