Depois de 3 dias intensos de música, chegamos ao quarto dia de festival com a consciência de que já valeu a pena cada segundo passado no anfiteatro natural da música.
O dia começa no palco secundário ao som da voz inigualável de Márcia. Dentro do que é o universo da musica pop nacional, Márcia sempre mostrou que sabe o seu caminho e que não precisa de facilitadores para ter mais airplay em rádios ou streamings. Márcia encanta pela sua simplicidade e pela forma apaixonada como escreve cada tema e essa paixão é transportada para cima do palco em igual medida. Presenteamos um momento marcante pela beleza do show e pela simplicidade que a música consegue dar para nos cativar.

Seguiu-se a belga Sylvie Kreusch para abrir o palco Vodafone e consigo trouxe uma coleção de temas que à primeira vista soam a mais uma cantora de pop mas rapidamente nos apercebemos que a densidade dos temas de Sylvie fazem dela uma artista diferenciada. A ligação de Sylvie Kreusch ao mundo da moda é clara e a sua atuação também é marcada por constantes movimentos deambulantes da cantora belga.
Passamos para o palco Vodafone FM e recebemos os Baleia Baleia Baleia. Banda formada na cidade do Porto e que é composta pelo dueto Manuel Molarinho (baixo e voz) e Ricardo Cabral (bateria e voz) e que têm como identidade o punk rock crítico, cheio de energia e que é capaz de segurar quem quer que seja em frente ao palco. O moche voltou a sentir-se e começamos a sentir os primeiros corpos suados.

Arlo Parks é a senhora que se segue e a plateia do palco principal do Vodafone Paredes de Coura já se encontrava bem composta e sentia-se alguma ansiedade pelo momento que estávamos prestes a assistir. Podemos dizer que Arlo Parks está para o Reino Unido como Márcia está para Portugal. A cantora britânica preza pela simplicidade e isso encantou o público português que sentiu cada palavra de Arlo e mostrando a emoção a subir colina a cima.
Tempo para entrarmos numa nova frequência, a música de dança. É sabido que os after hours terminam sempre ao som de um DJ Set, mas o relógio ainda marcava 20:30 e as primeiras batidas começaram-se a sentir no concerto de Boy Harsher. Completamente enquadrada no espírito do festival, a dupla norte americana mostrou-se empenhada em fazer o público dançar e os presentes forma dançando naturalmente. Uns duma forma mais empenhada outros só a bater o pé, fizeram com que Jae Matthews e Augustus Muller se sentissem em casa e levassem para casa boas recordações do festival minhoto.

Chega a vez de Kelly Lee Owens actuar no palco principal e consigo a sua eletrónica mais agressiva, igualmente dançante mas que na nossa opinião, completamente desenquadrada. Sabemos das dificuldades de se organizar slots num festiva, mas fazer uma sandes de Ty Segall com dois momentos de música eletrónica é totalmente desajustado e isso sentiu-se no recinto onde notou-se uma muito maior afluência à zona da alimentação durante o concerto da música e produtora galesa. Não temos muito a apontar à sua atuação, apenas ficamos com o sentimento que o público não vibrou da forma como Kelly Lee Owens provavelmente mereceria.
