Vodafone Paredes de Coura, o regresso mais aguardado!

Vodafone Paredes de Coura, o regresso mais aguardado!

Depois de 2 anos sem o amor de Coura iniciamos a nossa aventura pelo Vodafone Paredes de Coura abençoados pela chuva minhota. Já tínhamos saudade do Paredes de Coura molhado!

Com isso, por razões obvias, ficamos impedidos de fotografar os 3 primeiros concertos deste muito aguardado regresso do festival mais romântico do país.
Neste primeiro dia dedicado a 100% à música nacional os The Lemon Lovers abrem o palco principal, ficando com um gostinho agridoce na boca. Se por um lado é um privilégio reabrir as hostilidades no Couraíso, por outro é uma missão ingrata porque tiveram de atuar para uma plateia modesta de resistentes que mostraram que a sua vontade de não perder pitada desta edição do Vodafone Paredes de Coura era maior do que o medo da chuva.

Dentro das limitações naturais, os The Lemon Lovers mostraram-se sempre felizes e de certo modo orgulhosos do momento proporcionado que deixou os poucos presentes deste concerto.
No palco Vodafone FM os Ocenpsiea dão início às festividades com um pouco mais de público que se sentiu confiança na pala que protege este palco. Este quarteto que junta sons mais acústicos com eletrónicas suaves conseguiu transmitir para o público aquela energia necessária que deixa os corpos a dançar duma forma mais feliz.

Seguiu-se o Sr. Tó Trips e o seu Club Makumba ainda debaixo de um pequeno dilúvio mas que não arredou as almas dançantes da frente do Palco Vodafone. O conjunto lisboeta proporcionou aos presentes uma festa de texturas africanas aprimoradas pela execução dos instrumentais contemporâneos europeus.

Tempo para David Santos subir pela primeira vez ao Palco Vodafone FM como Noiserv e uma vez mais interpretar e contagiar com as suas músicas e histórias o público que ainda se tentava secar da chuva mas com vontade de continuar a mergulhar no melhor que a música nacional tem para nos oferecer nesta edição do Vodafone Paredes de Coura.

Eis que chega um dos primeiros grandes momentos do dia. Manel Cruz regressa ao Vodafone Paredes de Coura e desta vez com os seus Pluto. Desde o início que o público mostrou-se conhecedor de todas as músicas da banda do Porto e o amor entre artistas e plateia era partilhado de igual forma com juras de amor eterno. Manel Cruz é daqueles músicos que possui o toque de Midas, tornando tudo o que toca em algo absolutamente genial e difícil de igualar. Ficamos à espera que um dia os Supernada pisem este mesmo palco para que o músico do Porto faça o pleno no Couraíso.

De Guimarães chegam-nos os Paraguaii e trazem-nos na bagagem uma coleção interessante de temas que misturam as eletrónicas dos sintetizadores com o poder do rock das guitarras e criam uma simbiose plena de composições que parecem moldadas para actuações ao vivo. No Paredes de Coura não foi diferente e os Paraguaii sairam do palco Vodafone FM com certeza de dever mais do que cumprido.

A música não pára no anfiteatro da música e Benjamim entra em cena com a sua pop melódica recheada de temas que a plateia bem conhece e que não se imiscuiu de cantar em bom tom. Benjamim é daqueles músicos com uma carreira de todo importante no panorama musical nacional mas que por vezes parece esquecido e um pouco ignorado por quem tem o poder de influenciar o público.

Rapaz Ego é uma das novas coqueluches da Cucamonga e da música nacional. Luís Montenegro, o rapaz do Porto que outrora fundou os Salto e que optou por embarcar numa viagem que não é mais do que uma exposição do seu ego artístico e que muito tem para nos oferecer. Esperamos mais de Rapaz Ego e da sua Vida Dupla em salas, festivais e rádios do país.

Recebemos agora os The Twin Connection, trio de dinossauros do rock n’ roll conimbricense e que nada tem a provar. Muito rock, muita atitude e o power de quem já tem muitos quilómetros de estrada e muita horas em cima de palco. Kaló relembrou a plateia de um inesperado e preocupante acidente de saúde num Sobe à Vila. O coração disse-lhe para parar mas a resiliência do músico de Coimbra foram mais fortes e os The Twist Connection estão cada vez mais imperiais.

Os You Can’t Win, Charlie Brown trouxeram ao Parede de Coura momentos bonitos, intensos e sempre muito bem acolhidos, nesta que era a primeira vez da banda de Lisboa na capital da música por estes dias. Houve tempo ainda para enviar uma mensagem a Pedro Branco que recupera de uma lesão num joelho e que está hospitalizado.

Samuel Úria regressa ao Vodafone Paredes de Coura para actuar no palco principal e encantar uma vez mais quem esteve presente. Se Coura é Amor, Samuel Úria é o fogo da paixão pela palavra e as borboletas no estômago da guitarra, ora afinada, ora rude e agreste que o rock exige. Queremos Samuel Úria em Coura todos os anos. Achamos que isso não é pedir muito!

Rita Vian trouxe-nos a melodia da música tradicional portuguesa imiscuída de texturas eletrónicas contemporâneas onde o fado moderno assume um papel relevante na música de Rita. No anfiteatro natural da música Rita foi competente e projectou-se para nova visita.

Batem as 20:30 e o aquele momento que muitos aguardavam, quer na plateia, quer em cima de palco, volta a acontecer. Os Linda Martini regressam ao local onde todos somos felizes. Pela primeira vez com Filho da Mãe à guitarra, a banda de Lisboa é um caso sério na música ao vivo nacional. A sua falange de apoio não os abandona por um momento que seja e entoa música após música como se cada malha fizesse parte dos seus rituais. O moche pit é a zona de conforto de qualquer concerto dos Linda Martini, seja ele onde for!

Do Porto chegam-nos os 10.000 Russos e é neste concerto que sentimos a pujança de Coura, a intensidade que contagia público e artistas, a paixão pela música! Dizer que os 10.000 Russos foram competentes é pouco para o que se viveu no Palco Vodafone FM. Ficamos com vontade de ouvir a banda tripeira por horas a fio. Ficamos com o sabor amargo dum concerto lindo que tem de terminar. Ficamos com a certeza que 10.000 Russos vão ficar na vida de todos, principalmente dos distraídos que não tinham olhado para eles como eles sempre mereceram!

Adolfo Luxúria e Canibal e os Mão Morta regressam ao palco maior do Vodafone Paredes de Coura com honras de ícones nacionais da música e nada foi deixado ao acaso. A jogar praticamente em casa, os Mão Morta viajaram pela sua discografia, dando um especial relevo a temas mais actuais onde a crítica social é tema principal.

Bruno Pernadas encheu a plateia do palco Vodafone FM com a sua fusão de jazz com a música alternativa e que cai sempre tão bem no Couraíso. Bruno é um músico que dispensa apresentações e que se apresenta sempre com músicos de eleição, o torna a sua missão sempre mais simples. O tempo passou e nem nos apercebemos que música após música os 45 minutos reservados para Bruno Pernadas passaram e ficamos um pouco mais tristes.

Mas nem tudo são más notícias e é tempo de recebermos Samuel Mira de novo no palco principal do Vodafone Paredes de Coura. São 20 anos de distância desde a última vez que o Couraíso recebeu Sam the Kid e para celebrar tal efeméride, Samuel trouxe uma equipa de Luxo. Orquestra, Orelha Negra, NBC, Mundo Segundo e Napoleão Mira, pai do músico de Chelas e que abriu o concerto com uma poesia à criatividade da rua, à criatividade dos músicos que levam a sua carreira duma forma trabalhosa mas com o seu talento a imperar em todos os sentidos. O público viveu o concerto e no fim muitos consideraram este o melhor do dia.

Para terminar em beleza, sobem ao palco Vodafone FM, já em modo de After Hours, arrancam os Conjunto Corona, a banda menos protocolar deste festival. Com um disco novo onde as texturas do hip hop são trocadas pelos ondas mais quentes da america latina, numa cada vez mais tendência popular, os Conjunto Corona continuam a garantir a insanidade do bairro onde não só mafiam, como também são reis e senhores.

O Vodafone Paredes de Coura não podia ter começado melhor, numa perfeita demonstração de amor à música nacional e aos seus artista.
Hoje temos mais amor no Couraíso!

Vodafone Parede de Coura - Dia 1

Foto: Nuno Coelho

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