Wild Beasts . Present Tense

Wild Beasts . Present Tense

Do primeiro longa duração Limbo, Panto que nos chegou em 2008 até Present Tense, verificou-se um crescimento, a todos os níveis notável, deste colectivo inglês. Donos de veia experimentalista e de uma sonoridade muito bem definida e independente, com um peculiar falseto vocal de Hayden Thorpe, garante manter o níveis interesse nos Wild Beasts.

Com o segundo disco, Two Dancers, conseguiram uma nomeação aos Mercury Awards, num disco sonoramente belo e completo. A fasquia eleva-se a cada disco do colectivo de Kendal, e Present Tense não é deixado ao acaso.

Será natural que os Wild Beasts sejam neste momento um dos projectos músicas mais aclamados pela crítica, mantendo os níveis de originalidade e interesse sempre bem elevados. Present Tense é o resultado de um período de afastamento da linha da frente, para uma focagem plena no processo criativo.

Wanderlust foi o single que abriu caminho, afastando por completo toda a delicadeza e postura que seria esperado nos Wild Beasts, mostrando uma explosão de bateria e sintetizadores implacáveis, enquanto aparecem e desaparecem backing vocals duma forma desconcertante. Em Nature Boy Hayden confessa-nos os detalhes de um affair com uma mulher casada onde discute os problemas das próximas gerações,

Nature Boy explora o desenvolvimento electrónico do colectivo, iniciado com um beat balbuciante com batuques tribais penetrados por sintetizadores e acompanhados pela voz de Tom Fleming, o tema evolve-se em direcção a um fim algo sinistro onde Fleming suplica “Daughter please spare me”.

Os elementos electrónicos são usados neste disco mais do que alguma vez foram usados, escondendo os riffs das guitarras que eram vistos como uma assinatura da banda, e que aparecem disfarçados em Mecca. É aqui que Thorpe sugere “Just surrender your limbs to my every whim/ now we’re lovers, we are cartwheeling”, mostrando-nos a intimidade e emoção de uma experiência acústica inebriante.

Apesar desta mutação no estilo, conseguimos vislumbrar uma natural progressão desde Smother, e em Take A Simple Beautiful Truth, onde Fleming e Thorpe combinam e contrastam as vozes numa melodia edificante confirmadas com um “There’s a beauty out there, you just gotta know where”.

A melancolia de A Dog’s Lige e Past Perfect, dão-nos a prova que os bons produtores como Brian Eno, apreciam deixar a sua marca sem desvincular o som do disco com o projectado e pretendido. New Life confirma o optimismo apresentado pelos sintetizadores que vestem este Present Tense

O tempo de criação poderá ter sido longo, mas ficamos com a certeza que este é o som que os Wild Beasts pretendiam, apesar da mutação normal pela evolução do processo criativo e da vivência colectiva. São 11 temas que marcam 2014 duma forma positiva, e que componhem um disco perfeito na sua envolvência e no caminho de um colectivo que tem como ambição ser sempre igual a si próprio.

9/10

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