Uma segunda feira invulgar. Yann Tiersen regressa ao Coliseu do Porto para apresentar o seu mais recente álbum “All”, lançado no início deste ano e gravado na costa oeste da França, onde o músico vive actualmente.
Depois de uma pequena 1ª parte, ao cargo de Geysir, uma voz feminina introduz ao público uma história que descreve uma dança entre o caçador e sua presa, personificados nas imagens do Lobo e do Veado. Yann Tiersen sobe ao palco.
Perante uma plateia quase esgotada ouvem-se sons da natureza que acompanham a maior parte da atuação do músico francês e dos 3 músicos que, por entre mais de 15 instrumentos, o acompanham.

Entre os arpejados característicos e os baixos marcados e fortes, o público é envolvido numa sonoridade mágica, que o transporta para um mundo encantado, para as memórias de infância de um fim de tarde na praia ou para uma cena de um romance clássico de Jane Austen ou Emily Bronte.
O público volta à realidade assim que o concerto termina, aplaudindo de pé, tendo direito a um encore. O destino de Amélie Poulain pode ser fabuloso, mas o de Yann Tiersen é certamente encantado.

Texto: Helena Tavares
Foto: Nuno Coelho